O líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo, prometeu esta segunda-feira (29 de dezembro) que 2026 será o ano da “mudança” depois de um 2025 que foi, na sua opinião, “o ano do colapso total do sanchismo”. As eleições legislativas estão só previstas para 2027 e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, tem dito que vai acabar o mandato. Mas o presidente do Partido Popular (PP) parece confiante de que os espanhóis vão ser chamados às urnas já para o ano, confirmando que o seu “cordão sanitário não é ao Vox nem aos seus eleitores”, mas aos independentistas bascos do Bildu. Numa conferência de imprensa, Feijóo contabilizou “dez falhanços” no “pior ano do pior governo na história democrática”. Falou do bloqueio parlamentar, que impede a aprovação do Orçamento de Estado, do problema da habitação, da política de imigração, da precariedade dos jovens, da falta de proteção para as mulheres, da desconfiança internacional, da incapacidade de gerir fundos europeus, do aumento da pobreza, do “apagão inapropriado para um país desenvolvido” e, por último, da corrupção “que é impossível de encobrir”.O líder do PP denunciou o “colapso político imoral” dos últimos meses, com vários escândalos de corrupção, mas também de assédio sexual, a afetar socialistas próximos de Sánchez. Feijóo defendeu que o seu partido está preparado para construir “a Espanha de amanhã”, porque o país “já rompeu” com Sánchez, confiante de que o primeiro-ministro não chega ao fim de 2026 e que ele será o próximo inquilino do Palácio da Moncloa. Feijóo já está por isso a pensar no futuro, considerando que há três tarefas urgentes a cumprir quando o PP voltar ao poder. A primeira é fazer uma limpeza política, institucional e moral com “uma auditoria clara” do que aconteceu. “Sem regeneração, um novo começo é impossível. E sem purificação, é impossível reconstruir a confiança perdida.”A segunda tarefa é garantir a segurança nas ruas e fronteiras, com uma imigração “legal e ordeira”. Feijóo defende que “a segurança não é um tema ideológico, é uma obrigação fundamental do governo”. A terceira tarefa é fazer com que o trabalho “volte a valer a pena”, porque hoje o “esforço não está a ser recompensado” e muitos espanhóis “trabalham mais, pagam mais impostos e vivem pior”. Feijóo disse que o seu objetivo é tentar governar sozinho, mas se não tiver maioria terá que procurar acordos de governabilidade, com pactos “pontuais para aprovar orçamentos e outras leis transcendentes para as reformas que Espanha precisa”. E deixou claro que o único “cordão sanitário” que existe é em torno do Bildu, não do Vox ou dos seus eleitores. “Tem boas sondagens em Espanha, veremos em que posição fica nas eleições gerais”.