Montenegro participou na segunda parte da reunião com Macron

O enviado dos EUA, Keith Kellogg, está em Kiev, onde vai reunir-se com o presidente ucraniano. Encontro acontece após Donald Trump acusar Zelensky de ter começado o conflito.
Montenegro participou na segunda parte da reunião com Macron
EPA/SAMUEL CORUM

Montenegro participou na segunda parte da reunião com Macron

O primeiro-ministro português participou hoje, a partir de Brasília, na segunda parte da reunião de emergência convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, disse à Lusa fonte do gabinete de Luís Montenegro.

O primeiro-ministro juntou-se à distância à reunião, que decorre em Paris, mal terminou a conferência de imprensa da 14.ª cimeira bilateral entre Portugal e Brasil, em Brasília, onde está desde terça-feira.

Alguns dos principais líderes europeus participam hoje na segunda reunião de emergência convocada esta semana pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, depois de os Estados Unidos e a Rússia terem mantido na terça-feira as primeiras conversações diretas desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, e terem acordado tomar medidas para começar a normalizar as suas relações.

Starmer e Macron deverão visitar Trump na próxima semana

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, deverão viajar ate à Casa Branca na próxima semana para visitar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançam responsáveis norte-americanos.

Estas visitas vão acontecer a meio de outros encontros que visam pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia.

O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Mike Waltz, espera avanços nas negociações: "Estamos a envolver-nos em todos os lados e o próximo passo é apresentar equipas técnicas para começar a falar mais pormenores."

Livre defende que é "impossível ser aliado de Trump sem ser aliado de Putin"

O porta-voz do Livre Rui Tavares afirmou hoje que é "impossível ser aliado de Trump sem ser também aliado de Putin" e defendeu que os Estados Unidos têm atualmente com a Europa uma relação predatória e não de aliança.

Numa declaração política no plenário dedicada à política europeia, Rui Tavares defendeu que o país não pode dizer que é aliado dos Estados Unidos da América e do seu Presidente, Donald Trump, quando o chefe de Estado norte-americano "diz acerca da Europa que ela é sua inimiga".

"Isso não descreve uma relação de aliança, descreve uma relação predatória e predador, que é a única coisa que o senhor Trump sabe ser politicamente e não só", disse.

Defendendo que Portugal deve fortalecer as alianças com a restante Europa, Rui Tavares acrescentou que é "impossível ser aliado de Trump, sem ser também aliado de Putin" e argumentou que é preciso voltar a dar atenção a ideias como a da formação de uma Comunidade Europeia de Defesa para responder às novas dinâmicas mundiais.

"É do interesse de todos os países médios e pequenos do mundo, se querem preservar a sua soberania, recusar claramente esta ideia de Trump e Putin e de Xi Jinping também, de que há dois ou três países que são super soberanos e todos os outros têm a soberania apenas pela metade. É preciso que os outros países do mundo se unam para dar uma lição a esses 'bullies' da ordem internacional", atirou.

A esta intervenção, o deputado social-democrata Paulo Moniz respondeu que não se pode fazer "uma revolução de fundo" - como caracterizou a proposta de Rui Tavares - depender da circunstância atual da administração norte-americana.

Para Paulo Moniz, pondo em marcha a proposta do Livre, a Europa ficaria numa posição de isolacionismo e, em consequência disso, "mais fraca".

"A nossa ligação transatlântica é uma ligação que nos traz um suporte militar que não é possível, que não é possível, goste-se muito ou goste-se pouco, de se alterar em meia dúzia de anos. Não é assim que se faz uma alteração dessas", disse, para depois lembrar a recente adesão da Suécia e da Finlândia à NATO como provas da importância da organização na garantia de segurança.

O PS, por Manuel Pizarro, disse concordar com o essencial da intervenção de Rui Tavares, mas pediu prudência na avaliação da parceria transatlântica, afirmando que "não se pode confundir a governação Trump, por mais impressionante que seja na sua irresponsabilidade, com a nação que são os Estados Unidos da América".

O CDS-PP, na sua declaração política, enalteceu, pelo líder parlamentar Paulo Núncio, as medidas avançadas pelo Governo que integra em matéria de segurança interna, sublinhando que este sempre foi um tema prioritário para os centristas e que não "foi nenhum estudo de opinião" que transmitiu ao partido que "esta era uma preocupação central para os portugueses".

Paulo Núncio enumerou o aumento do suplemento de risco das forças de segurança, o agravamento da moldura penal por crimes contra agentes de forças policiais, aquisição de 'bodycams' (câmaras corporais), 'tasers' e gás pimenta e reforço de verba para aquisição de viaturas.

Após a intervenção, António Filipe, do PCP, fez um pedido de esclarecimento para questionar aos centristas se, enquanto membros do Governo, vão "reduzir a temperatura do discurso" em relação a matérias de segurança se os dados do relatório de segurança interna que forem divulgados apontarem para uma redução da criminalidade.

"Caso contrário, perguntaremos se a insegurança aumentar, o que é que o CDS andou a fazer no Governo neste tempo todo em que a situação piorou. Portanto, o CDS está perante um dilema que será desvendado daqui por cerca de um mês e meio", concluiu.

À questão, Núncio respondeu garantindo que o Governo "não tem nenhuma intenção de que a criminalidade aumenta para justificar os investimentos" feitos e tem a convicção de que as medidas implementadas resultarão num aumento da "tranquilidade pública".

MNE da Ucrânia diz que país vai "defender" o "direito de existir"

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia afirmou que ninguém pode forçar o país a desistir, depois dos comentários de Donald Trump a atacar o presidente Volodymyr Zelensky.

"A Ucrânia resistiu ao ataque militar mais horrível da história moderna da Europa e a três anos de guerra total. O povo ucraniano e o seu presidente Zelensky recusaram-se a ceder à pressão de Putin. Ninguém pode forçar a Ucrânia a desistir. Defenderemos o nosso direito de existir", escreveu Andrii Sybiha no X.

Trump acusa Zelensky de ser "um ditador sem eleições"

Donald Trump, presidente dos EUA, publicou hoje uma mensagem na rede social Truth Social na qual acusa o seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky de ser "um ditador sem eleições"

“Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um trabalho terrível, o seu país está destruído e milhões de pessoas morreram desnecessariamente. E assim continua…”, escreveu o líder norte-americano, que foi mesmo mais longe nos seus comentários sobre o presidente da Ucrânia que diz ser um "comediante modestamente bem-sucedido", que convenceu os Estados Unidos "a gastar 350 mil milhões de dólares" para "entrar numa guerra que não poderia ser vencida".

Trump diz depois que Zelensky "recusa-se a realizar eleições, está muito mal nas sondagens e a única coisa em que era bom era a dar música a Biden, ‘como se fosse um violino’”, acrescentou. "É um ditador sem eleições. É melhor Zelensky agir rápido ou não terá um país", sublinhou, garantindo que os EUA estão a "negociar com sucesso o fim da guerra com a Rússia".

O líder dos EUA frisou ainda que "todos admitem" que só a sua administração pode alcançar um acordo para acabar com a guerra.

MNE alemã contraria Trump e diz que Rússia foi a responsável pela guerra

A ministra dos Negócios Estrangeiros (MNE) alemã defendeu hoje que a Rússia foi a responsável pela eclosão da guerra na Ucrânia, reagindo aos ataques verbais feitos na terça-feira pelo Presidente norte-americano ao chefe de Estado da Ucrânia.

"Ninguém além de [Presidente russo, Vladimir] Putin começou ou quis esta guerra no coração da Europa", afirmou Annalena Baerbock, em comunicado, depois de Donald Trump ter tentado culpar Volodymyr Zelensky pela invasão russa ao país vizinho.

Na declaração feita hoje, a ministra alemã sublinhou que os europeus "estão a trabalhar com todas as suas forças para continuar a fortalecer a Ucrânia" e que o país "só pode negociar a paz que procura --- e, em última análise, a paz da Europa --- a partir de uma posição de força".

"Estamos num ponto de viragem existencial para a segurança e a paz na Europa", disse Baerbock.

"Para isso, nós, europeus, estamos a fazer as nossas próprias propostas e a utilizar as nossas alavancas de negociação. A palavra de ordem é: 'Europa Unida'", concluiu a chefe da diplomacia alemã.

Putin sugere ter havido ajuda ocidental a ataque ao oleoduto do Cáspio

O presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu esta quarta-feira que o ataque ucraniano a uma estação de bombagem do Consórcio do Oleoduto do Cáspio (COC), fundamental para as exportações para a Europa, foi realizado com ajuda ocidental.

"Se olharmos para isto de um ponto de vista puramente formal, parece uma espécie de ação coordenada. Mas eu não quero acreditar nisso. É uma coincidência", afirmou Putin aos jornalistas russos durante uma visita a uma fábrica de 'drones' em São Petersburgo.

"É que os europeus seguem o seu próprio caminho e não prestam atenção ao que se está a passar. Mas, formalmente, se olharmos para o que está a acontecer, parece uma espécie de coordenação", referiu, citado pela agência espanhola EFE.

O líder russo disse estar convencido de que as forças armadas ucranianas não poderiam levar a cabo tal ataque sem ajuda dos aliados ocidentais.

"Tais ataques são impossíveis sem reconhecimento espacial, e a Ucrânia recebe dados de alta precisão de satélites espaciais sobre alvos que só podem ser atacados pelos seus aliados ocidentais", insistiu.

Putin disse desconhecer, por agora, "quem é que especificamente" forneceu os dados à Ucrânia para realizar o ataque.

Referiu que a estação atacada não tinha defesas antiaéreas, porque o lado russo assumiu que não podia ser sujeita a bombardeamentos por se tratar "de uma instalação da infraestrutura energética internacional".

Quanto às motivações dos atacantes, disse não serem claras.

"Porque é que eles precisam disso? Não é claro, porque isso levará a preços elevados para os recursos energéticos nos mercados, algo que os consumidores de energia, como as empresas europeias, não estão claramente interessados", afirmou.

Putin está pronto para negociações de paz e diz que "ninguém está a excluir a Ucrânia"

O presidente russo falou pela primeira vez sobre as conversações de Riade entre os representantes de Moscovo e Washington, que ocorreram na terça-feira.

Para Vladimir Putin, as conversações tiveram como objetivo “aumentar a confiança entre a Rússia e os Estados Unidos”.

“Sem aumentar o nível de confiança entre a Rússia e os Estados Unidos, é impossível resolver muitas questões, incluindo a crise ucraniana”, afirmou esta quarta-feira Putin, segundo a Reuters.

Disse que está pronto para negociações de paz, adiantando que "ninguém está a excluir a Ucrânia".

"Estaremos prontos para regressar à mesa das negociações”, declarou.

Macron quer uma UE coesa e a trabalhar para ser uma potência de defesa "autónoma e soberana"

O presidente francês, Emmanuel Macron, quer que a reunião informal desta quarta-feira sobre a Ucrânia ajude a União Europeia (UE) a perceber que deve trabalhar para ser "uma potência que assegura a sua defesa de forma autónoma e soberana".

"O objetivo é reunir os pontos de vista e as opiniões de todos estes países sobre a gravidade da situação e a urgência da ação", afirmou a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.

"Devemos continuar a trabalhar com os países da União Europeia para afirmar a nossa soberania, para definir a nossa força", disse a porta-voz governamental, justificando que "a fraqueza leva ao conflito e a força leva à resolução e à paz".

Segundo Sophie Primas, nas relações de força com os Estados Unidos, a UE tem de "demonstrar a força europeia".

Primas insistiu que Macron quer transmitir a mensagem de que "a Europa deve mobilizar-se" em torno da sua defesa na reunião informal de hoje por videoconferência, que contará com a presença de mais países europeus, incluindo Portugal, mas também de outros países da NATO, nomeadamente o Canadá.

A porta-voz francesa reiterou que "não haverá paz sem os ucranianos", que devem ser os únicos a decidir quando se sentarão à mesa das negociações, e que, entretanto, a prioridade dos franceses "é dar-lhes os meios para abordarem as negociações numa posição de força".

"Não queremos uma paz ditada", nem um cessar-fogo sem garantias, porque a experiência mostra que os acordos de Minsk, celebrados há uma década entre Kiev e Moscovo, "foram violados em várias ocasiões pela Rússia", acrescentou.

Por essa razão, para Sophie Primas, a posição francesa é de que "qualquer paz deve ser acompanhada de sólidas garantias de segurança" que terão de ser fornecidas "no todo ou em parte pela União Europeia" e aliados.

"Embora os americanos continuem, obviamente, a ser nossos aliados, não devemos continuar a depender deles para a nossa segurança", alertou a porta-voz francesa, o que significa que os europeus devem aumentar as suas despesas com a defesa.

Lusa

Hungria critica parceiros da UE por novas sanções contra Moscovo e diz que existe "uma nova realidade"

Hungria criticou esta quarta-feira os parceiros da União Europeia (UE) por aplicarem novas sanções contra a Rússia sem terem em conta as conversações russo-americanas sobre a guerra na Ucrânia.

"A presidência polaca da UE e os burocratas de Bruxelas, com o apoio entusiástico de muitos Estados-membros, adotaram novas medidas punitivas, desafiando a nova realidade", declarou o chefe da diplomacia húngara, Péter Szijjártó, citado pela agência espanhola EFE.

O ministro húngaro encontra-se de visita a Washington e fez os comentários nas redes sociais, depois de a UE, incluindo a Hungria, ter chegado hoje a um acordo político sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia.

O pacote será formalmente adotado na segunda-feira, 24 de fevereiro, por ocasião do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

Szijjártó referiu que "o tempo das sanções passou e surgiu uma nova realidade", marcada pelas negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a Ucrânia, que, em sua opinião, "estão a evoluir de forma bastante promissora".

O ministro húngaro manifestou a esperança de que as relações entre Washington e Moscovo melhorem de tal forma no futuro que "as políticas de sanções possam ser esquecidas".

Lusa

"Não compreendemos muito bem a lógica" dos comentários de Trump sobre a Ucrânia, diz França

A porta-voz do governo francês, Sophie Primas, reagiu às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, em que criticou o homólogo ucraniano, insinuando que Zelensky era responsável pela guerra que começou com a invasão russa.

“Não compreendemos muito bem a lógica”, disse a porta-voz do governo francês, citada pela Reuters, classificando os comentários de Trump como sendo "diversos" e "muitas vezes incompreensíveis".

“Com a nova administração americana, a nossa capacidade de garantir a nossa própria defesa está a ser posta à prova”, disse Primas, segundo a Sky News. "A Europa está a perceber que não pode delegar a sua segurança noutras potências", acrescentou.

Um acordo de paz sem a Ucrânia e a Europa "não funcionará", diz chefe da diplomacia europeia

A responsável pela política externa da União Europeia, Kaja Kallas, defendeu, esta quarta-feira, que um acordo de paz não pode existir sem a Ucrânia e a Europa.

"É evidente que, para que qualquer tipo de acordo de paz funcione, é necessário que a Ucrânia e a Europa estejam a bordo, porque, caso contrário, não funcionará", afirmou Kallas, citada pelo The Guardian, adiantando que a implementação de um acordo "está na Europa, está na Ucrânia".

A chefe da diplomacia europeia disse que a UE está "em estreito contacto" com os EUA. "O que eles estão a dizer é que estão a tentar descobrir se a Rússia quer mesmo a paz, porque até agora não quiseram a paz”, disse Kallas, em conferência de imprensa na Cidade do Cabo.

Trump "vive num espaço de desinformação", diz Zelensky

O presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, afirmou esta quarta-feira que o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, "vive num espaço de desinformação".

Em conferência de imprensa, o presidente ucraniano denunciou "muita desinformação" vinda da Rússia.

“Infelizmente, o presidente Trump, com todo o respeito por ele como líder de uma nação que respeitamos muito… está a viver neste espaço de desinformação”, disse Zelensky, referindo-se às alegações de Trump de que os índices de aprovação do presidente ucraniano estariam em 4%.

Chefe de Estado ucraniano afirmou que “nunca comenta índices de popularidade", mas acabou por dizer que a última sondagem mostra que 58% dos ucranianos confiam nele.

"Portanto, se alguém me quiser substituir agora, isso não vai funcionar", declarou Zelensky, citado pelo The Guardian.

Zelensky responde a Trump afirmando que o regime russo é dirigido "por mentirosos"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu esta quarta às críticas do presidente dos Estados Unidos afirmando que a Rússia é dirigida por mentirosos patológicos.

O chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, disse anteriormente que está desiludido com Zelensky e mostrou-se confiante num acordo com a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.

Trump, em conferência de imprensa, referiu que o chefe de Estado da Ucrânia é impopular e rejeitou as posições tomadas por Zelensky após os contactos diplomáticos entre os Estados Unidos e a Rússia.  

Poucas horas depois, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky respondeu diretamente a Donald Trump afirmando que os responsáveis russos são "mentirosos patológicos" e que, por isso, não são de confiança.

"Nunca devemos esquecer que a Rússia é dirigida por mentirosos patológicos que não são de confiança e que devem ser pressionados", disse Zelensky através das redes sociais.

Na terça-feira, Donald Trump descreveu as conversações com Moscovo como "muito boas" e criticou o homólogo ucraniano, insinuando que Zelensky é responsável pela guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022.

O presidente norte-americano, questionado pelos jornalistas na residência de Mar-a-Lago, no estado da Florida, criticou Zelensky, que disse que as conversações russo-americanas realizadas na terça-feira na Arábia Saudita foram contactos "sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".

Lusa

Lavrov: "Temos de remover quaisquer ameaças à Rússia"

O chefe da diplomacia russa afirmou esta quarta-feira que as "ações do regime de Kiev" devem ser "interrompidas". Sergei Lavrov disse que a Ucrânia tem como "objetivo" "acabar com tudo o que tenha a ver com a Rússia".

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo falava numa conferência de imprensa, um dia depois de ter estado nas conversações com os EUA, nas quais participou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Lavrov disse que falou com Rubio sobre a necessidade de remover as "ameaças" à Rússia. "Temos de remover quaisquer ameaças à Rússia que tenham sido criadas pela tentativa de arrastar a Ucrânia para a NATO", afirmou.

Rússia diz que "foi dado um passo muito importante" nas conversações com os EUA para "uma resolução pacífica"

A presidência da Rússia disse que as conversações com os Estados Unidos em Riade constituíram um passo importante para a resolução do conflito na Ucrânia.

"Foi dado um passo muito, muito importante no sentido de se criarem as condições para uma resolução pacífica", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências russas.

"Ambas as partes mostraram a vontade política necessária, ou seja, a Rússia e os Estados Unidos", acrescentou Peskov.

Lusa

Enviado dos EUA em Kiev. "Entendemos a necessidade de garantias de segurança"

O enviado de Donald Trump à Ucrânia afirmou, em Kiev, que parte da sua missão consiste em "ouvir". "Entendemos a necessidade de garantias de segurança", disse Keith Kellogg, que deverá encontrar-se esta quarta-feira com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"A minha missão é sentar, ouvir e perguntar: 'quais são as suas preocupações?'. Depois voltar para os EUA, falar com o presidente Trump, o secretário de Estado Marco Rubio e o resto da equipa, e garantir que fazemos isto bem", disse.

 Embaixadores junto da UE adotam novas sanções

Os embaixadores dos Estados-membros da União Europeia (UE) adotaram esta quarta-feira o 16.º pacote de sanções comunitárias à Rússia pela invasão da Ucrânia, aquando do terceiro aniversário do conflito, avançaram fontes europeias em Bruxelas.

A 'luz verde' aconteceu na reunião desta manhã dos representantes permanentes dos países junto da UE, em Bruxelas, prevendo-se que este novo conjunto de medidas restritivas seja adotado na próxima segunda-feira pelos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, na sua reunião regular também na capital belga.

Uma das fontes diplomáticas ouvidas pela Lusa destacou esta adoção aquando do terceiro aniversário do conflito, que se assinala no dia 24 deste mês, vincando que "o sinal do lado da UE é claro".

"A linha continua a ser a mesma: continuamos a apoiar a Ucrânia e a sancionar o agressor russo, porque é a coisa certa a fazer, preservando as regras e a ordem internacionais, defendendo a soberania e a integridade territorial", adiantou a mesma fonte.

Depois de o último pacote de sanções ter abrangido 52 navios da frota fantasma, com os quais o regime russo tentava contornar as restrições ocidentais ao comércio de petróleo, este novo pacote deve reforçar o combate à evasão ao embargo aplicado à Rússia, atingindo novas embarcações, bem como avançar com novas restrições noutros setores.

Lusa

Trump acusa Zelensky de ter iniciado o conflito. "Nunca o deviam ter começado"

O chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, disse estar desiludido com Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e mostrou-se confiante num acordo com a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.

Trump, em conferência de imprensa, disse que o chefe de Estado da Ucrânia é impopular, rejeitando as posições tomados por Zelensky após os contactos diplomáticos entre os Estados Unidos e a Rússia.  

O presidente norte-americano, questionado pelos jornalistas na residência de Mar-a-Lago, no estado da Florida, criticou Zelensky, que disse que as conversações russo-americanas realizadas na terça-feira na Arábia Saudita foram contactos "sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".

"Estou muito desiludido" com estas observações, respondeu Donald Trump, antes de ter acusado Zelensky de ter iniciado o conflito na Ucrânia.

"Hoje ouvi dizer 'não fomos convidados'. Bem, vocês [Ucrânia] estão lá há três anos. Deviam ter acabado com isto há três anos. Nunca o deviam ter começado", disse Trump sobre o conflito na Ucrânia.

A guerra foi desencadeada pela Rússia que invadiu o país em fevereiro de 2022.

Nas conversações na Arábia Saudita, Washington e Moscovo concordaram em nomear negociadores sobre a guerra, sem a participação da Ucrânia ou de países da Europa. 

O presidente dos Estados Unidos disse ainda que as conversações tinham sido "muito boas" e que estava "muito mais confiante" na possibilidade de que um acordo com a Rússia possa acabar com a guerra.

"A Rússia quer fazer alguma coisa. Querem acabar com a barbárie selvagem", afirmou Trump sem especificar. 

Questionado sobre um possível encontro com o presidente russo antes do final do mês, Donald Trump limitou-se a acenar com a cabeça e a responder: "provavelmente".

Ao contactar telefonicamente o presidente russo, na semana passada, para discutir diretamente o conflito na Ucrânia, Donald Trump desencadeou uma série de reações na Europa e em Kiev.

Durante a conferência em Mar-a-Lago, Trump acusou ainda a Ucrânia de desvios da ajuda norte-americana desde o início do conflito.

"O presidente Zelensky disse-me na semana passada que não sabia onde estava metade do dinheiro que lhes tínhamos dado", afirmou o presidente norte-americano criticando também a ausência de eleições na Ucrânia.

"Temos uma situação em que não houve eleições na Ucrânia, em que temos essencialmente lei marcial e em que o líder da Ucrânia - lamento dizê-lo - mas tem 4% de votos favoráveis", respondeu quando questionado se Washington apoiaria a realização de eleições em Kiev.

A Ucrânia encontra-se sob um estado de exceção prevista pela própria Constituição e que não obriga à realização de eleições enquanto o país estiver a ser alvo de invasão militar estrangeira.

Trump, quando questionado sobre algumas propostas do bloco europeu sobre o envio de tropas de manutenção de paz para a Ucrânia, disse "estar a favor". 

Apesar da atividade diplomática entre Washington e Moscovo, verificaram-se hoje violentos ataques russos numa área residencial em Odessa, no sul da Ucrânia.

O abastecimento de energia foi afetado deixando milhares de pessoas com problemas de aquecimento.

Nos últimos três anos, o exército russo tem vindo a atacar instalações de energia e infraestruturas civis da Ucrânia.

Lusa

Enviado de Trump em Kiev. "Vou ter conversas maravilhosas com o presidente Zelensky"

O enviado norte-americano à Ucrânia chegou esta quarta-feira a Kiev. "Vou ter conversas maravilhosas com o presidente Zelensky", afirmou Keith Kellogg à chegada à capital ucraniana.

"É bom estar de novo em Kiev", afirmou Kellogg no início da visita de três dias à Ucrânia, estando previsto para esta quarta-feira um encontro com Volodymyr Zelensky, um dia depois das conversações entre representantes dos EUA e da Rússia na Arábia Saudita.

"Nós vamos ouvir", disse o enviado norte-americano, citado pela Sky News, quando questionado sobre a mensagem que quer transmitir na reunião com o presidente ucraniano.

Também nesta quarta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, vai promover uma nova reunião com "vários Estados europeus e não-europeus", com o objetivo de reunir os 27 até ao final da semana, anunciou, numa entrevista a vários jornais diários regionais.

Na segunda-feira, Macron já tinha sido o anfitrião de uma reunião de emergência com alguns líderes europeus. Esta quarta-feira promove um segundo encontro com dirigentes de 11 países da NATO, no qual Portugal estará representado.

Montenegro participou na segunda parte da reunião com Macron
Kiev acusa EUA de alimentar o apetite de Putin
Montenegro participou na segunda parte da reunião com Macron
Portugal convidado para segunda reunião promovida pela França para discutir a Ucrânia e a segurança europeia
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