Em declarações à estação de TV Now, o embaixador de Israel em Portugal mostrou-se contra o anúncio de que Portugal se prepara para reconhecer o Estado palestiniano. "Nós estamos contra o reconhecimento do Estado palestiniano neste momento porque é um prémio para o Hamas", disse Oren Rozenblat em português. "Significa que o Hamas ganhou."Esta linha de raciocínio foi usada também pelo presidente dos Estados Unidos, quando questionado há dias sobre o reconhecimento da Palestina por parte da França e do Reino Unido. "Pode-se argumentar que se estará a recompensar o Hamas ao fazê-lo. Não penso que deveriam ser recompensados. Não me incluo nesse grupo”, disse Donald Trump aos jornalistas. Na altura não criticou nem o líder britânico Keir Starmer nem o presidente francês Emmmanuel Macron.“Essa é a sua opinião [de Macron]. Ele pode tê-la. Acho que Starmer está a fazer a mesma coisa que Macron, e não há problema. Mas isso não significa que eu tenha de concordar.”No entanto, o presidente norte-americano usou o anúncio de semelhante iniciativa por parte do primeiro-ministro do Canadá Mark Carney para afirmar que dessa forma se torna "muito difícil" chegar a acordo comercial com o vizinho do norte. Horas depois aplicou taxas aduaneiras de 35% ao Canadá. O embaixador Rozenblat disse ainda que o tempo não é de reconhecer a Palestina, mas que "é tempo para a paz". Concluiu: "O Hamas vai desmilitarizar-se e vai libertar os reféns. Vamos terminar esta guerra imediatamente." .Reconhecimento do Estado palestiniano: mais do que um gesto simbólico para pressionar Israel?. Na quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro disse em comunicado que o Governo, face “às garantias dadas pela Autoridade Palestiniana” e à “disponibilidade dos países árabes em “reconhecer e normalizar as relações com Israel”, que Portugal tem “concertado posições” com outros Estados que mostraram “disponibilidade para iniciar” o processo tendo em vista o reconhecimento da soberania da Palestina, que incluirá também “a condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento”..Portugal vai reconhecer Estado da Palestina mas só após ouvir o PR e os partidos. Este comunicado seguiu-se à carta que Portugal assinou na véspera, junto de outros 14 países, no sentido de que em setembro, durante a 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, se dê um passo decisivo para o reconhecimento da Palestina, "um passo essencial para a solução dos dois Estados". A declaração conjunta foi assinada por uma dúzia de países europeus, a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia.A representação da Palestina em Portugal considerou a tomada de posição do Governo português como “corajosa, consistente com o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas, e que irá contribuir para o alcance da paz” no Médio Oriente.