Na sede da ONU, em Nova Iorque, decorreu nos últimos dias uma conferência sobre a solução dos dois Estados, uma iniciativa impulsionada pela França e Arábia Saudita.
Na sede da ONU, em Nova Iorque, decorreu nos últimos dias uma conferência sobre a solução dos dois Estados, uma iniciativa impulsionada pela França e Arábia Saudita.EPA/SARAH YENESEL

Embaixador israelita critica reconhecimento português da Palestina

Oren Rozenblat diz que não é a altura para tomar esta medida, que poderá concretizar-se em setembro, e que esta é um "prémio" para o grupo terrorista Hamas.
Publicado a
Atualizado a

Em declarações à estação de TV Now, o embaixador de Israel em Portugal mostrou-se contra o anúncio de que Portugal se prepara para reconhecer o Estado palestiniano. "Nós estamos contra o reconhecimento do Estado palestiniano neste momento porque é um prémio para o Hamas", disse Oren Rozenblat em português. "Significa que o Hamas ganhou."

Esta linha de raciocínio foi usada também pelo presidente dos Estados Unidos, quando questionado há dias sobre o reconhecimento da Palestina por parte da França e do Reino Unido. "Pode-se argumentar que se estará a recompensar o Hamas ao fazê-lo. Não penso que deveriam ser recompensados. Não me incluo nesse grupo”, disse Donald Trump aos jornalistas. Na altura não criticou nem o líder britânico Keir Starmer nem o presidente francês Emmmanuel Macron.“Essa é a sua opinião [de Macron]. Ele pode tê-la. Acho que Starmer está a fazer a mesma coisa que Macron, e não há problema. Mas isso não significa que eu tenha de concordar.”

No entanto, o presidente norte-americano usou o anúncio de semelhante iniciativa por parte do primeiro-ministro do Canadá Mark Carney para afirmar que dessa forma se torna "muito difícil" chegar a acordo comercial com o vizinho do norte. Horas depois aplicou taxas aduaneiras de 35% ao Canadá.

O embaixador Rozenblat disse ainda que o tempo não é de reconhecer a Palestina, mas que "é tempo para a paz". Concluiu: "O Hamas vai desmilitarizar-se e vai libertar os reféns. Vamos terminar esta guerra imediatamente."

Na sede da ONU, em Nova Iorque, decorreu nos últimos dias uma conferência sobre a solução dos dois Estados, uma iniciativa impulsionada pela França e Arábia Saudita.
Reconhecimento do Estado palestiniano: mais do que um gesto simbólico para pressionar Israel?

Na quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro disse em comunicado que o Governo, face “às garantias dadas pela Autoridade Palestiniana” e à “disponibilidade dos países árabes em “reconhecer e normalizar as relações com Israel”, que  Portugal tem “concertado posições” com outros Estados que mostraram “disponibilidade para iniciar” o processo tendo em vista o reconhecimento da soberania da Palestina, que incluirá também “a condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento”.

Na sede da ONU, em Nova Iorque, decorreu nos últimos dias uma conferência sobre a solução dos dois Estados, uma iniciativa impulsionada pela França e Arábia Saudita.
Portugal vai reconhecer Estado da Palestina mas só após ouvir o PR e os partidos

Este comunicado seguiu-se à carta que Portugal assinou na véspera, junto de outros 14 países, no sentido de que em setembro, durante a 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, se dê um passo decisivo para o reconhecimento da Palestina, "um passo essencial para a solução dos dois Estados". A declaração conjunta foi assinada por uma dúzia de países europeus, a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia.

A representação da Palestina em Portugal considerou a tomada de posição do Governo português como “corajosa, consistente com o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas, e que irá contribuir para o alcance da paz” no Médio Oriente.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt