Diplomatas russos e família deixam Coreia do Norte a empurrar vagão ferroviário

"A viagem para casa foi longa e difícil", refere o ministério russo, acrescentando que "a parte mais importante da viagem foi o caminho de carrinho" até ao lado russo.
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Um grupo de diplomatas russos e familiares deixou a Coreia do Norte a bordo de um vagão ferroviário empurrado por um deles, já que não existe transporte transfronteiriço desde a aprovação das restrições relacionadas com o coronavírus.

Um vídeo divulgado na quinta-feira à noite pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia mostra o secretário da embaixada russa, Vladislav Sorokin, a empurrar um carrinho cheio de malas e passageiros através de uma ponte ferroviária situada na fronteira dos dois países.

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Os passageiros mostram-se alegres e levantam os braços quando se aproximam da fronteira russa, depois de fazerem uma viagem de 32 horas de comboio desde Pyongyang, seguida de duas horas de autocarro até a fronteira e finalizada por uma "corrida" de um quilómetro num carrinho ferroviário.

"A viagem para casa foi longa e difícil", refere o ministério russo, acrescentando que "a parte mais importante da viagem foi o caminho de carrinho" até ao lado russo.

"Foi preciso encontrar um carrinho, colocá-lo nos carris, pôr as coisas lá dentro, mandar as crianças sentarem-se e ir embora", descreveu o ministério, explicando que o carrinho foi empurrado por mais de um quilómetro pelos braços de Sorokin, o único homem do grupo, cujo membro mais jovem tinha apenas três anos.

Uma vez em solo russo, os diplomatas encontraram-se com colegas do Ministério dos Negócios Estrangeiros antes de serem levados de autocarro para o aeroporto de Vladivostok.

Segundo avançou hoje a agência de notícias Interfax, o grupo embarcou depois num voo para Moscovo.

A Coreia do Norte tem garantido estar livre de covid-19, mas fechou as suas fronteiras em janeiro do ano passado, poucos dias depois de ter sido detetado o primeiro caso de infeção, em dezembro de 2019, na vizinha China, tendo os comboios transfronteiriços e os voos de e para o país sido suspensos.

A impossibilidade de fazer entrar na Coreia do Norte quer pessoas quer mantimentos tornou o trabalho dos diplomatas e dos trabalhadores humanitários muito complicado e, por isso, muitas embaixadas ocidentais retiraram os seus cidadãos do país.

A Rússia, que tem laços estreitos com Pyongyang, manteve uma presença diplomática significativa no país, ma tem sofrido, desde há muitos meses, uma severa escassez de alimentos devido às restrições draconianas impostas por Pyongyang, agravada pelas sanções internacionais para forçar o regime a desistir dos seus programas nucleares e balísticos.

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