O Papa Leão XIV.
O Papa Leão XIV. EPA/RICCARDO ANTIMIANI

De cofres vazios, Vaticano apela a donativos com vídeo centrado no papa Leão XIV

O défice nas contas da Santa Sé rondava os 83 milhões de euros em meados de 2024, segundo as fontes da agência Reuters. Mas no fundo de pensões é superior a 631 milhões.
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O vídeo de um minuto começa com o fumo branco do dia da eleição do papa Leão XIV e inclui algumas das suas primeiras palavras como líder da Igreja Católica, culminando com o apelo aos donativos dos fiéis para o chamado Óbolo de São Pedro.

Este fundo papal é usado para apoiar as atividades da Igreja Católica. O dia tradicional da coleta é 29 de junho, festa litúrgica dos Santos Pedro e Paulo.

"Com a sua oferta para o Óbolo de São Pedro ajude os passos do Santo Padre de modo concreto. Você o ajudará a anunciar o evangelho ao mundo e a estender a mão aos irmãos e irmãs necessitados", diz o vídeo na versão em português (do Brasil) , partilhado no YouTube do Dicastério para as Comunicações.

"Ajude os passos de Leão XIV faça a sua doação ao Óbolo de São Pedro", acrescenta.

Em 2023, o Óbolo de São Pedro recebeu 48,4 milhões de euros de donativos - com a maior fatia (28%) a vir dos EUA, o país natal do papa Leão XIV - mas as despesas são muito superiores. Segundo o Vaticano, o fundo distribuiu 103 milhões de euros nesse mesmo ano.

O apelo aos donativos surgem numa altura em que as contas do Vaticano não são as melhores. O Vaticano controla apenas o seu próprio orçamento e não o da Igreja Católica de outros países, tendo fontes de receitas limitadas (não cobra impostos nem emite dívidas sobre a qual possa obter juros).

A maior parte das receitas do Vaticano vem dos ativos imobiliários italianos e das escolas ou hospitais pontifícios de Roma - geraram 65% dos 770 milhões de euros de receitas da Santa Sé em 2022, as últimas contas disponíveis. Nesse ano, 30% das receitas vieram dos donativos.

Segundo as fontes citadas pela agência Reuters, e apesar de o Vaticano não publicar um relatório orçamental completo desde 2022, as últimas contas, aprovadas em meados de 2024, incluíam um défice operacional de 83 milhões de euros.

Isto sem contar com o défice no fundo de pensões, estimado em 631 milhões de euros pelo próprio Vaticano em 2022, acreditando-se que tenha aumentado desde então.

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