Custo para a Ucrânia da invasão russa calculado em um bilião de euros

Além dos danos e do custo da resistência militar à invasão russa, Kiev não pode contar mais com receitas fiscais.
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O custo para a Ucrânia da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro, é calculado em quase um bilião de euros, afirmou em Berlim um conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky.

"Nos primeiros dias da agressão, os russos destruíram 100 mil milhões de euros dos nossos ativos", afirmou o conselheiro económico do presidente ucraniano, Oleg Ustenko, numa conferência organizada pelo Conselho Alemão de Assuntos Internacionais.

"Este valor agora é muito maior. Estamos a falar de custos diretos e indiretos que se aproximam atualmente de um bilião de euros", completou, ou seja, o equivalente a "cinco PIB anuais".

Para o atual ano, as autoridades ucranianas "esperam uma redução considerável do PIB, calculada entre -35 e -40%, a queda mais expressiva de nosso PIB desde 1991", lamentou Ustenko.

O défice orçamental aumentaria em quase 5 mil milhões de euros por mês, segundo o conselheiro de Zelensky.

"Em vez de ter 7 mil milhões de euros (défice) no conjunto do ano, administramos 5 mil milhões por mês", lamentou.

Em 2023, o défice pode alcançar 40 mil milhões, ressaltou o conselheiro.

Além dos danos e do custo da resistência militar à invasão russa, Kiev não pode contar mais com receitas fiscais.

"Obviamente, quando se está neste tipo de circunstância, é um grande problema para as finanças públicas saber como poderemos arrecadar e receber as receitas para o orçamento estatal", explicou.

Algumas empresas foram "destruídas pelos russos, outras não trabalham todos os dias ou não operam com plena capacidade", disse Ustenko. "Isto significa que o orçamento vai receber, sem dúvida, muito menos em comparação com o que estava previsto inicialmente".

Em agosto, a Ucrânia pediu ao FMI um novo programa de ajuda, que se deve em parte de um esforço internacional mais amplo liderado pelos Estados Unidos e a União Europeia.

O Banco Mundial calculou a 9 de setembro o custo da reconstrução do país em 350 mil milhões de euros, mas destacou que o valor deve "aumentar nos próximos meses enquanto a guerra prossegue".

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