Cuba convoca diplomata dos EUA por comportamento "intervencionista" e "provocador"
Havana convocou esta sexta-feira Mike Hammer, o encarregado de negócios norte-americano, para expressar o que considera ser um comportamento "intervencionista" e "provocador" devido a gestos simbólicos do diplomata de apoio à oposição cubana.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba acusa Hammer, o principal diplomata dos EUA na ausência de um embaixador, de incitar cidadãos cubanos "à prática de atos criminosos graves, ataques contra a ordem constitucional" ou por os ter encorajado "a agir contra as autoridades e a manifestar-se em apoio dos interesses e objetivos de uma potência estrangeira hostil".
Uma nota verbal entregue pelo diretor de Assuntos Bilaterais da Direção-Geral do Ministério para os Estados Unidos, Alejandro García del Toro, sublinha que o encarregado de negócios não pode usar a imunidade diplomática "como cobertura para atos contrários à soberania e à ordem interna de Cuba".
O governo do Presidente Miguel Díaz-Canel diz que Hammer violou a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas e o Acordo sobre o Restabelecimento das Relações Diplomáticas assinado entre as duas administrações em 2014. Este acordo surgiu no âmbito de uma iniciativa do então Presidente dos EUA, Barack Obama, para rever a política de pressão sobre Cuba.
Contudo, a atual administração norte-americana, liderada por Donald Trump, já indicou que não fará concessões a Havana. Esta semana, os EUA sancionaram quatro juízes e procuradores cubanos ligados à detenção de um opositor do regime. O Departamento de Estado norte-americano emitiu também, na quarta-feira, uma declaração de apoio a Hammer, reconhecendo o seu "firme envolvimento diplomático" em Cuba e o seu apoio ao "corajoso povo cubano que enfrenta a repressão e as dificuldades económicas causadas pelo regime cubano".