Israel apresentou às equipas de mediação do Egito, Qatar e EUA uma nova proposta para uma trégua na Faixa de Gaza que, no terceiro ponto, prevê a entrega do corpo do líder do Hamas, Yahya Sinwar, morto pelos militares israelitas há dez dias. Este domingo são retomadas as negociações em Doha, com o grupo terrorista palestiniano a avisar que o “genocídio” tem de parar antes de uma possível libertação de reféns..Segundo a Lusa, fontes próximas da negociação, que pediram anonimato devido à sensibilidade do tema, indicaram que o plano inclui três fases e uma possível paragem permanente da campanha militar de Israel na Faixa de Gaza. O plano ainda tem de ser discutido e apresentado ao Hamas, acrescentaram as mesmas fontes..A primeira fase do plano prevê um cessar-fogo temporário e a retirada das forças israelitas da passagem de Rafah, que liga o enclave palestiniano ao Egito, assim como a libertação de todos os reféns vivos detidos pelo Hamas em troca da libertação de um grupo de presos palestinianos..A segunda fase consiste na retirada das tropas do Eixo de Netzarim (corredor que divide o norte do sul da Faixa de Gaza) e a troca da “maioria” dos corpos dos reféns mortos pelos corpos dos combatentes do Hamas..Na fase final, Israel comprometer-se-ia a retirar as suas forças do Corredor de Filadélfia (como é conhecida a linha de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito) e do norte do enclave, na condição de que uma coligação árabe e da Autoridade Palestiniana (no poder na Cisjordânia) supervisionasse esta zona. Nesta fase, Israel entregaria o corpo de Sinwar..Segundo o jornal do Qatar Al-Araby al-Jadeed, o vice-líder do Hamas, Khalil al-Hayya, esteve no Cairo na quinta-feira a discutir as propostas para a libertação dos reféns, tendo indicado que qualquer negociação tem de ser precedida do fim do “genocídio” em Gaza..Um oficial do Hamas disse à AFP que o grupo “expressou disponibilidade para parar os combates, mas Israel deve comprometer-se com um cessar-fogo, retirar da Faixa de Gaza, permitir o regresso das pessoas deslocadas, firmar um acordo sério de troca de prisioneiros e permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.”