Concerto de Natal no Kennedy Center cancelado depois de Trump pôr o seu nome no edifício
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Concerto de Natal no Kennedy Center cancelado depois de Trump pôr o seu nome no edifício

Desde sexta-feira, a fachada do edifício exibe a inscrição “The Donald J. Trump and The John F. Kennedy Memorial Center for the Performing Arts”.
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Um concerto de jazz planeado para a véspera de Natal no Kennedy Center, uma tradição natalícia com mais de 20 anos, foi cancelado após o nome de Donald Trump ser adicionado ao edifício.

O diretor do espetáculo, o músico Chuck Redd, disse à Associated Press que cancelou a atuação, após a Casa Branca ter anunciado, na semana passada, que o nome do presidente Donald Trump seria adicionado ao nome do centro cultural.

Desde sexta-feira, a fachada do edifício exibe a inscrição “The Donald J. Trump and The John F. Kennedy Memorial Center for the Performing Arts” (Centro Memorial Donald J. Trump e John F. Kennedy para as Artes Performativas).

De acordo com a Casa Branca, o conselho de administração do Kennedy Center, 'escolhido a dedo' pelo atual presidente, aprovou a decisão, que, segundo estudiosos, viola a lei.

Trump vinha sugerindo há meses que estava aberto a mudar o nome do centro.

”Quando vi a mudança de nome no ‘site’ do Kennedy Center e, horas depois, no edifício, decidi cancelar o nosso concerto”, disse Redd à Associated Press numa mensagem de correio eletrónico.

Redd, baterista e vibrafonista que já fez digressões com músicos como Dizzy Gillespie a Ray Brown, e fez parte do trio de Charlie Byrd, é o 'host' das “Jazz Jams” natalícias no Kennedy Center desde 2006, sucedendo ao baixista William “Keter” Betts.

O Kennedy Center não respondeu ao pedido de comentários feito pela agência de notícias norte-americana.

O ‘site’ do centro lista o espetáculo como cancelado.

O presidente John F. Kennedy foi assassinado em 1963, e o Congresso aprovou uma lei dando o seu nome ao centro cultural da capital federal dos EUA.

A sobrinha de Kennedy, Kerry Kennedy, prometeu remover o nome de Trump do edifício assim que ele deixar o cargo, e o ex-historiador da Câmara, Ray Smock, está entre aqueles que dizem que qualquer mudança teria de ser aprovada pelo Congresso.

A lei aprovada no Congresso proíbe explicitamente o conselho de administração de transformar o centro num memorial a qualquer outra pessoa e de colocar outro nome no exterior do edifício.

Trump, um republicano, tem estado profundamente envolvido com o centro que leva o nome de um democrata icónico, depois de praticamente o ignorar durante o seu primeiro mandato.

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