A maioria dos membros da coligação governamental liderada por Benjamin Netanyahu faltaram esta quarta-feira, 3 de dezembro, à votação parlamentar para adotar o plano de paz de Donald Trump para Gaza, que acabou por ser aprovada numa primeira leitura com 39 votos a favor e nenhum contra, num universo de 120 deputados. Os poucos eleitos da coligação que marcaram presença não votaram.Esta votação, proposta pelo líder da oposição Yair Lapid, foi acima de tudo simbólica, pois Netanyahu já tinha apoiado publicamente o plano na sua visita à Casa Branca em setembro e concordado com um cessar-fogo com o Hamas. No entanto, segundo o Times of Israel, era esperado um boicote da coligação à votação, tendo em conta que o plano de Trump faz referência à criação de um Estado palestiniano, ao qual o governo se opõe. A proposta segue agora para a Comissão dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, onde provavelmente será arquivada pela coligação de Netanyahu.No seu discurso perante os deputados, Lapid disse estar “surpreendido e desiludido” com a ausência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Esta é a primeira oportunidade que nos foi dada, enquanto Knesset [parlamento israelita], para dizer ao presidente Trump, ao mundo e a nós próprios, que estamos unidos em torno de um objetivo comum, Netanyahu optou por boicotar a votação e não comparecer. É uma pena”, referiu o líder da oposição.Segundo fontes da oposição israelita ouvidas pela CNN, a votação desta moção tinha como objetivo “desafiar e constranger” Benjamin Netanyahu junto da Casa Branca e, ao mesmo tempo, expor as divisões dentro da coligação governamental, nomeadamente pelas posições mais radicais dos ministros de extrema-direita. Um deles, Bezalel Smotrich, responsável pela pasta das Finanças, exigiu recentemente que Benjamin Netanyahu “formule imediatamente uma resposta apropriada e decisiva que deixe claro ao mundo inteiro: um Estado palestiniano nunca será estabelecido na nossa pátria”..EUA querem ter em janeiro força internacional em Gaza