O Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (Clippve) denunciou, na terça-feira, 12 de agosto, que Nancy Camacaro, colaboradora do maior partido da oposição veneuelana, está desaparecida desde 21 de julho.Numa publicação na rede social X, o Clippve disse haver suspeitas de que Camaro - colaboradora de Edmundo González Urrutia, político que a oposição insiste ter vencido as presidenciais de 2024 - se encontra detida numa cadeia dos serviços de informações militares da Venezuela.“Denúncia pública: Desaparecimento forçado. Os familiares de Nancy Camacaro de 61 anos de idade, denunciam que está desaparecida há 22 dias, desde 21 de julho [de 2025], e que estaria alegadamente sob custódia da Direção-geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) em Boleíta, Caracas” lê-se na publicação. . O Clippve explicou que Nancy Camacaro reside na cidade de Barquisimeto, estado de Lara, 370 quilómetros a oeste de Caracas, e que ainda não entrou em contacto com familiares nem com assistência legal de confiança, o que na Venezuela quer dizer que não terá sido permitido nomear um advogado para defesa privada.“As pessoas que lhe são próximas afirmam que Nancy fez parte da equipa eleitoral durante a campanha presidencial de Edmundo González Urrutia”, sublinhou.O Clippve exigiu ao Estado venezuelano que divulgue o paradeiro de Camacaro e que seja imediatamente libertada.Além disso, pediu que seja garantida a sua integridade física e emocional, além de acesso aos familiares, advogados e cuidados médicos especializados.“A detenção e o desaparecimento forçado de Nancy Camacaro constituem uma grave violação dos direitos humanos, contrária à Constituição e às normas internacionais. Alertamos os organismos das Nações Unidas sobre este desaparecimento forçado na Venezuela”, concluiu.Segundo a imprensa local, Nancy Camacaro tem problemas de saúde, sofrendo de hipertensão, dores crónicas na coluna e braços, além de tonturas súbitas, condições que exigem tratamento médico contínuo.A ONG Foro Penal (FP) contabilizou, em 4 de agosto, na Venezuela, 807 pessoas detidas por motivos políticos, 712 homens e 95 mulheres.Do total de presos políticos, 638 são civis e 169 militares, 803 adultos e quatro adolescentes..Oposição denuncia detenções "com motivações políticas" na Venezuela."O senhor Maduro é um presidente ilegítimo na Venezuela"