Internacional
16 maio 2023 às 08h45

CIA lança campanha multimédia para captar cidadãos russos

Funcionários da CIA envolvidos na campanha disseram à CNN que a invasão russa da Ucrânia criou uma "oportunidade histórica" para que os "russos venham a entregar" informações que os Estados Unidos precisam. Moscovo diz estar atento.

DN/Lusa

A CIA, serviços de informações dos Estados Unidos, lançou uma campanha televisiva e nas redes sociais para recrutar cidadãos russos descontentes com a guerra na Ucrânia e com as condições de vida pedindo para serem "confidentes" de Washington.

O filme da campanha apresentado em "formato cinematográfico", é de acordo com a estação de televisão norte-americana CNN um "novo esforço para capitalizar" aquilo que os serviços de informações acreditam ser uma oportunidade "sem precedentes" para convencer os cidadãos russos descontentes com o conflito na Ucrânia.

O material da campanha foi lançado numa conta da CIA na aplicação Telegram, uma rede social muito popular na Rússia e que difunde informações sem qualquer tipo de confirmação jornalística ou institucional.

O vídeo que termina com instruções sobre as formas de contacto com a CIA de forma anónima e segura também foi publicado em várias outras plataformas digitais e redes sociais como YouTube, Twitter, Instagram e Facebook.

Funcionários da CIA envolvidos na campanha disseram à CNN que a invasão russa da Ucrânia criou uma "oportunidade histórica" para que os "russos venham a entregar" informações que os Estados Unidos precisam.

"Queremos dizer aos russos, no próprio idioma, que sabemos o que estão a enfrentar", disse o funcionário da CIA que falou sob anonimato.

A mesma fonte disse que o filme da campanha não tem intenção de ser incendiário ou provocar distúrbios entre a população da Rússia, onde o chefe de Estado, Vladimir Putin, ainda tem um grande apoio da população.

Mesmo assim, a campanha dirige-se aos indecisos sendo que as imagens pretendem apelar ao "patriotismo russo" e aos cidadãos que possam vir a ser úteis para esclarecer os Estados Unidos sobre a falta de motivos da guerra e da opressão que sofrem no próprio país, indicou a CNN.

Os serviços de informações russos estão entretanto a vigiar as tentativas da agência de espionagem norte-americana CIA para recrutar cidadãos russos através das redes sociais, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Estou convencido de que os serviços de informações monitorizam adequadamente este espaço, partido do princípio de que a CIA e outros serviços de informações ocidentais não reduzem as suas atividades no nosso país", afirmou Peskov.

No entanto, Peskov admitiu desconhecer a recente iniciativa da norte-americana Central Intelligence Agency (CIA), que lançou uma campanha televisiva e nas redes sociais para recrutar cidadãos russos descontentes com a guerra na Ucrânia e com as condições de vida pedindo para serem "confidentes" de Washington.

"Falando honestamente, ainda não analisámos isso. Não tenho informação nenhuma sobre isso", disse o porta-voz presidencial.

O filme da campanha apresentado em "formato cinematográfico" é, de acordo com a estação de televisão norte-americana CNN, um "novo esforço para capitalizar" aquilo que os serviços de informações norte-americanos acreditam ser uma oportunidade "sem precedentes" para convencer os cidadãos russos descontentes com o conflito em curso na Ucrânia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).