Israel começou esta terça-feira, 2 de setembro, a mobilizar centenas de milhares de reservistas para levar a cabo o plano de ocupação da cidade de Gaza, operação que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quer ver terminada com rapidez, apesar dos avisos do Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Eyal Zamir. Paralelamente, um grupo cada vez maior de reservistas está a assumir que se recusa a voltar aos combates. “Somos mais de 365 soldados, e este número continua a aumentar, que serviram durante a guerra e declararam que não se apresentarão ao serviço militar quando forem novamente convocados”, afirmou esta terça-feira o sargento reservista Max Kresch numa conferência de imprensa em Telavive, citado pelo Times of Israel. “Recusamo-nos a participar na guerra ilegal de Netanyahu e consideramos um dever patriótico recusar e exigir responsabilidade aos nossos líderes.” O Haaretz referiu que foram convocados 60.000 reservistas numa primeira fase, enquanto outros meios de comunicação falam de 40.000. No total, de acordo com o Ynet, serão necessários entre 110.000 e 130.000 reservistas para completar a operação.Também o sargento Dor Menachem disse que a ordem de ocupação da cidade de Gaza não tem lógica e “coloca em risco os reféns e os próprios soldados”, alegando que todo o efetivo militar manifestou uma “posição determinada contra” tal medida. De acordo com a Reuters, uma reunião do gabinete de segurança no domingo à noite incluiu trocas de argumentos entre Netanyahu e os seus ministros, que querem prosseguir a ofensiva na cidade de Gaza, e Eyal Zamir, que afirmou que a campanha colocará reféns em perigo e aumentará a pressão sobre o exército, já sobrecarregado, apelando a um acordo de cessar-fogo.A Bélgica anunciou esta terça-feira que vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas deste mês, alinhando a sua posição com a de países como Reino Unido, França, Austrália e Canadá. “A Palestina será reconhecida pela Bélgica na sessão da ONU! E serão impostas sanções severas ao governo israelita”, escreveu o chefe da diplomacia belga, Maxime Prévot, no X, explicando que a decisão representa um “gesto político e diplomático firme” em busca de uma solução “para condenar as intenções expansionistas de Israel com os seus programas de colonização e ocupações militares”. O reconhecimento só será oficializado se o Hamas libertar os reféns e deixar de ter qualquer papel na gestão da Palestina.O também vice-primeiro-ministro indicou que irão impor 12 sanções contra Israel, incluindo a proibição de importação de produtos, uma revisão da política de compras públicas a empresas israelitas e a declaração como persona non grata de “dois ministros israelitas extremistas, vários colonos violentos e líderes do Hamas”. Prévot não referiu o nome dos ministros, mas é provável que sejam Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, ambos de extrema-direita, que foram alvo de sanções este verão por parte de Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega.De acordo com os media israelitas, Netanyahu vai reunir esta quinta-feira, 4 de setembro, os seus principais ministros e conselheiros para discutir as implicações do reconhecimento internacional da Palestina, mas também examinar uma série de possíveis respostas, incluindo a aplicação da soberania sobre partes da Cisjordânia..Flotilha para Gaza segue viagem mas sem cinco dos barcos mais pequenos.Israel cometeu “todos os erros possíveis” na ofensiva em Gaza.Israel está a cometer genocídio em Gaza, diz associação de académicos