A foto de grupo da visita eclesiástica do cardeal Pizzaballa e de Theophilos III à igreja da Sagrada Família de Gaza.
A foto de grupo da visita eclesiástica do cardeal Pizzaballa e de Theophilos III à igreja da Sagrada Família de Gaza. DR/X/Patriarcado Latino de Jerusalém

Cardeal Pizzaballa visitou igreja de Gaza depois do ataque de Israel

Patriarca latino de Jerusalém, que tem a jurisdição da única igreja católica no enclave palestiniano, viajou com o patriarca ortodoxo grego após o bombardeamento que fez três mortos.
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O cardeal Pierbattista Pizzaballa, o patriarca latino de Jerusalém, visitou esta sexta-feira a única igreja católica da Faixa de Gaza, um dia depois do ataque israelita que causou três mortos.

Pizzaballa viajou com o homólogo da igreja ortodoxa grega, Theophilos III, e com uma delegação eclesiástica, para expressar a sua preocupação pela comunidade de Gaza.

Os dois patriarcas acenderam velas na Igreja da Sagrada Família.
Os dois patriarcas acenderam velas na Igreja da Sagrada Família. DR/X/Patriarcado Latino de Jerusalém

"Esta visita é uma personificação viva da unidade da Igreja face ao crescente sofrimento humano na Faixa de Gaza", disse o patriarcado ortodoxo grego de Jerusalém, lembrando que o ataque de quinta-feira não foi o primeiro a um local de culto no enclave.

Dias antes, o cardeal Pizzaballa e Theophilos III tinham visitado juntos também a localidade cristã de Taybeh na Cisjordânia. "A visita foi em resposta a uma série de ataques criminosos levados a cabo por milícias de colonos israelitas sob a proteção do exército israelita, incluindo a profanação do cemitério cristão e da igreja histórica da cidade", indicou o patriarcado ortodoxo grego.

Netanyahu "lamenta profundamente"

Israel, que controla o acesso ao enclave palestiniano, autorizou a visita depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter dito que o seu país "lamenta profundamente" o ataque à igreja e expressar as suas condolências às famílias das vítimas.

Netanyahu falou com o papa Leão XVI esta sexta-feira. "O primeiro-ministro expressou o pesar de Israel pelo trágico incidente em que munições perdidas atingiram acidentalmente a Igreja da Sagrada Família em Gaza", segundo o seu gabinete.

"Durante a conversa, o Santo Padre reiterou o seu apelo a um novo impulso nas negociações, um cessar-fogo e o fim da guerra. Voltou a manifestar a sua preocupação com a trágica situação humanitária da população de Gaza, cujas crianças, idosos e doentes estão a pagar um preço agonizante", indicou o Vaticano sobre o telefonema.

O papa também falou com o cardeal Pizzaballa, já depois de este ter entrado em Gaza, para "oferecer o seu apoio, proximidade e orações".

"O papa Leão tem afirmado repetidamente que é tempo de pôr fim a este massacre, que o que aconteceu é injustificável e que devemos garantir que não há mais vítimas”, disse o cardeal Pizzaballa, em declarações ao site Vatican News.

Ajuda também foi autorizada a entrar

"A pedido do Patriarcado Latino, e em coordenação com parceiros humanitários, foi garantido o acesso para a prestação de assistência essencial não só à Comunidade Cristã, mas também ao maior número possível de famílias", indicou o Patriarcado em comunicado.

"Isto inclui centenas de toneladas de alimentos, bem como kits de primeiros socorros e equipamento médico urgentemente necessário. Além disso, o Patriarcado garantiu a evacuação dos feridos no ataque para instituições médicas fora de Gaza, onde receberão cuidados."

Além dos três mortos, o ataque israelita deixou uma dezena de feridos na Igreja da Sagrada Família, incluindo o pároco local. O padre Gabriel Romanelli, a quem o falecido papa Francisco costumava telefonar todas as noites, ficou ferido sem gravidade.

A foto de grupo da visita eclesiástica do cardeal Pizzaballa e de Theophilos III à igreja da Sagrada Família de Gaza.
Israel bombardeia única igreja católica de Gaza. Há três mortos

Tanto Itália como França consideraram o ataque "inaceitável" e o presidente norte-americano, Donald Trump, telefonou a Netanyahu. A porta-voz da Casa Branca disse que o presidente "não teve uma reação positiva" ao saber do ataque e que o primeiro-ministro lhe disse que tinha sido um "erro".

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