Karol Nawrocki foi o vencedor das presidenciais
Karol Nawrocki foi o vencedor das presidenciaisMarcin Obara/EPA

Convervador Karol Nawrocki vence presidenciais na Polónia

Projeções com sondagem à boca das urnas incapazes de atribuir um vencedor. País preparava-se para longa noite de contagem de votos.
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O conservador Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou Comissão Eleitoral Nacional.

O Presidente eleito da Polónia, além de criticar a adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO, disse recentemente que pretende reduzir a ajuda aos refugiados ucranianos em território polaco. O nacionalista, 42 anos, é historiador de formação e obteve o apoio do principal partido da oposição Lei e Justiça e da Administração norte-americana.

Rafal Trzaskowski já reconheceu a derrota, tendo felicitado Karol Nawrocki. "Esta vitória é decisiva, sobretudo em tempos tão difíceis. Especialmente com um resultado tão apertado. Por favor, lembrem-se disto", escreveu na rede social X, numa publicação em que agredeceu os votos que recebeu. "Lutei para que construíssemos juntos uma Polónia forte, segura, honesta e empática. Uma Polónia moderna, na qual todos possam realizar os seus objetivos e aspirações. Obrigada a todos os que votaram por uma Polónia assim", afirmou. "lamento não termos ganho juntos", disse ainda.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reagiu aos resultados dizendo estar "confiante de que a UE continuará a sua excelente cooperação com a Polónia". "Somos todos mais fortes juntos na nossa comunidade de paz, democracia e valores. Por isso, vamos trabalhar para garantir a segurança e a prosperidade da nossa casa comum", escreveu no X.

O secretário-geral da Aliança Atlânica, Mark Rutte, também felicitou o presidente eleito da Polónia, com quem pretende trabalhar para tornar a NATO mais forte.

Já o líder da extrema-direita polaca, Slawomir Mentzen, que ficou em terceiro lugar na primeira volta das eleições, saudou a vitória do candidato nacionalista apelando para que Karol Nawrocki dê prioridade aos interesses nacionais em detrimento do apoio à Ucrânia.

As primeiras projeções da segunda volta das eleições presidenciais na Polónia davam este domingo ao fim do dia os dois candidatos empatados, com o país a preparar-se desde logo para uma longa noite de contagem de votos.

Sondagem à boca das urnas emitida pelas emissoras polacas dava uma curta vantagem ao atual presidente da Câmara de Varsóvia, o liberal europeísta Rafal Trzaskowski, com 50,3% dos votos, contra 49,7% do seu adversário conservador, o historiador independente Karol Nawrocki. Mas este estudo da Ipsos tinha uma margem de erro de dois pontos percentuais, pelo que desde logo não permitia tirar qualquer conclusão quanto ao vencedor desta segunda volta das presidenciais.

Ao fim do dia, a agência Reuters avançava já que os resultados oficiais só deveriam ser conhecidos esta segunda-feira, como se verificou.

Tal como o DN escreveu, mais do que escolher o sucessor do atual presidente, Andrzej Duda, estas eleições servirão para definir se a Polónia continuará o caminho para ser um país da União Europeia com poder de influência - com ajuda da sua aliança à França e Alemanha, o chamado Triângulo de Weimar - e cumpridor do Estado de Direito que começou a ser trilhado por Donald Tusk após o seu regresso ao poder em final de 2023, pondo fim a uma relação conturbada entre Varsóvia e Bruxelas nos oito anos anteriores com os governos do PiS

Trzaskowski prometeu que, em caso de vitória, ajudaria o governo de Tusk a prosseguir as suas reformas. Mas tendo os eleitores optado por Nawrocki espera-se que este seja uma força de bloqueio até ao final do mandato do atual governo (as próximas legislativas estão programadas para finais de 2027), como tem acontecido até agora com Duda.

Com Lusa e A.M.

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