General Braga Netto estará envolvido no suposto plano de golpe de estado.
General Braga Netto estará envolvido no suposto plano de golpe de estado.

Candidato a vice de Bolsonaro é preso pela polícia brasileira

General Braga Netto, envolvido no suposto plano de golpe de estado, foi detido em Copacabana por "obstrução de justiça". Ele foi ministro de duas pastas no anterior governo. 
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A Polícia Federal do Brasil (PF) prendeu o general Braga Netto, candidato a vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, por "obstrução de justiça", em Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado, 14, após mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é um dos envolvidos no suposto plano de golpe de estado e execução dos vencedores daquela eleição, Lula da Silva e Geraldo Alckmin, e do juiz do STF e então presidente do Tribunal Eleitoral Alexandre de Moraes, tentado por militares apoiantes de Bolsonaro.

Na operação da polícia são cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra investigados que estariam a atrapalhar a livre produção de provas durante a instrução processual penal. O coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, é alvo de busca, em Brasília. Segundo a PF, as medidas judiciais têm como objetivo "evitar a reiteração das ações ilícitas".

No dia 21 de novembro, a PF indiciou o ex-presidente Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno no inquérito que investiga a tentativa de golpe em 2022. São, ao todo, 37 pessoas indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, incluindo ainda Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o partido de Bolsonaro.

Com a derrubada de sigilo do relatório final do inquérito da PF que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, constatou-se que  Braga Netto participou de dois núcleos de atuação no grupo suspeito de cometer a trama: o “Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado” e o “Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas", ou seja, ele era, segundo o jornal Metrópoles com base no relatório da polícia, "responsável por eleger alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas e por influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação".

Walter Souza Braga Netto, 67 anos, é general do Exército, foi ministro-chefe da Casa Civil do Brasil, de 2020 a 2021, e ministro da Defesa, de 2021 a 2022, durante o governo Jair Bolsonaro, antes de ser candidato a vice do então presidente.

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