A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou hoje um projeto de lei que permite a castração química de pedófilos condenados por abuso sexual de menores..A votação foi clara, alicerçada nos votos da direita moderada e radical: 367 dos deputados votaram a favor, 85 contra e 14 deputados abstiveram-se da proposta que foi inserida durante o debate no plenário de um projeto que inicialmente apenas estabeleceria um registo nacional de pedófilos..O projeto precisa de passar ainda pelo Senado brasileiro.."A castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas para os crimes mencionados. A medida prevista será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas", lê-se na emenda aprovada pelo deputado Ricardo Salles, ex-ministro do Ambiente da administração de Jair Bolsonaro.."É dever do Estado adotar medidas firmes e eficazes para prevenir a reincidência desses crimes, resguardando os direitos e a segurança das crianças e adolescentes", acrescenta-se no texto..O ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, já reagiu através das redes sociais, enaltecendo a votação, e afirmou que há mais de uma década que defende esta medida.."Hoje, a Câmara deu um passo histórico nessa direção ao aprovar a castração como parte das penas a serem impostas a criminosos envolvidos em crimes sexuais contra crianças. Ainda há muito a ser feito para proteger nossas crianças e devolver a segurança e a tranquilidade para os brasileiros, mas esse será um avanço importante para o nosso país", escreveu..Por outro lado, a maioria dos deputados de esquerda insurgiu-se contra o projeto de lei, com a deputada Talíria Petrone, do PSOL, a apelidá-lo de uma "farsa".."A política pública precisa resolver concretamente o problema da violência sexual contra crianças, que é uma epidemia, um drama no Brasil. Isso passa primeiro por prevenção. Primeiro eu tenho que impedir que as meninas e crianças sejam estupradas, com educação sexual nas escolas, prevenção, campanhas e, depois, a responsabilização do agressor", disse, citada pela Agência Brasil.