Calor recorde na Europa, frio na América do Sul e... um pinguim de visita ao Rio de Janeiro (com vídeo)
Enquanto a Europa enfrenta ondas de calor e temperaturas recordes, o inverno na América do Sul trouxe uma visita inesperada ao Rio de Janeiro: um pinguim. O animal foi visto a nadar entre os banhistas na manhã do último sábado (29 de junho), na Praia do Arpoador, uma das mais movimentadas da zona sul carioca. A informação foi adiantada pelo G1.
O momento foi registado em vídeo pelos banhistas e rapidamente partilhado nas redes sociais. Segundo o biólogo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano, trata-se de um pinguim-de-Magalhães, espécie que migra da Patagónia durante os meses mais frios em busca de alimento.
A presença deste tipo de pinguim no litoral do Sudeste brasileiro não é inédita, mas requer atenção.
“O maior perigo é quando o animal chega à areia e as pessoas tentam colocá-lo num balde com gelo. Isso é justamente o que não deve ser feito”, explica Ricardo Gomes. O especialista reforça que, ao sair da água, o pinguim pode apenas estar exausto e a precisar de descanso.
Originários da região que abrange o sul da Argentina e do Chile, os pinguins-de-Magalhães enfrentam diversos desafios durante as migrações. Correntes marítimas, escassez de alimento e até erros de navegação acabam por levar algumas destas aves até as praias brasileiras.
O biólogo alerta ainda para um mito comum: a ideia de que o pinguim só sobrevive em temperaturas muito baixas. “É um animal silvestre, adaptado ao mar. O importante é não mexer e contactar o Corpo de Bombeiros ou o Programa de Resgate de Animais Marinhos (PMP)”, sublinha.
A espécie encontra-se classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o que indica uma tendência de declínio populacional. Há relatos de pinguins que conseguem adaptar-se temporariamente ao ambiente costeiro, mas os riscos permanecem.
“Já acompanhei um que ficou uma semana no Arpoador, pescando ali mesmo. Infelizmente, morreu depois de comer baiacus”, conta Ricardo Gomes.
De acordo com a reportagem do G1, o Instituto Mar Urbano reforça que, sempre que houver um avistamento de pinguins, a recomendação é clara: não tocar no animal e procurar apoio especializado. Para os banhistas cariocas, a companhia da ave tornou uma já agradável manhã de sábado no inverno carioca ainda mais alegre.