Brasileiros deportados dos EUA chegam acorrentados e denunciam agressões em voo (c/vídeo)
O Governo brasileiro vai exigir explicações ao Governo de Donald Trump sobre o tratamento dado aos 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcaram no país algemados e com correntes nos pés.
Um vídeo, divulgado pela agência Cenarium, mostra o grupo a caminhar na pista do aeroporto de Manaus, capital do Amazonas, logo após o desembarque, na noite de sexta-feira (24). Esta aterragem só ocorreu por causa de problemas técnicos com o avião, que tinha como destino final a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
A Polícia Federal já estava à espera do grupo, retirou as algemas e correntes e "proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas", informou o Ministério da Justiça do Brasil em nota à imprensa. Os passageiros foram levados para a área restrita do aeroporto, onde receberam bebida, comida, colchões e tiveram acesso a banheiros com chuveiros.
Ainda de acordo com aquele ministério, ao ser informado sobre a situação, o presidente Lula da Silva "determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança".
Ao chegar ao aeroporto em Belo Horizonte, na noite de sábado (25), um dos passageiros relatou ao jornal Estado de Minas agressões por agentes norte-americanos quando o avião fez uma primeira paragem técnica, no Panamá. “O ar condicionado avariou. A turbina do avião falhou. As condições eram precárias. Foi um momento desesperante", contou Kalebe Barbosa Maia.
Segundo este mesmo passageiro, que estava há seis anos nos Estados Unidos e foi preso há seis meses, ele e outros brasileiros abriram a porta de emergência do avião e pediram socorro quando houve a segunda aterragem, no aeroporto de Manaus. “Eles agrediram-nos”, completou.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil vai fazer um "pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo", informou o governo de Lula da Silva numa publicação na rede social X.