O presidente norte-americano, Joe Biden, celebrou esta quarta-feira que a Rússia tenha "fracassado" na sua incursão inicial na Ucrânia e que a capital, Kiev, e o Governo tenham resistido, embora admitindo que a guerra está longe de terminar..Num ato oficial com o Sindicato da Construção Civil da América do Norte (NABTU), Biden fez um resumo das novas sanções à Rússia que os Estados Unidos acabam de aprovar, em coordenação com o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) e a União Europeia, sublinhou que se trata da resposta às "atrocidades cometidas pela Rússia na Ucrânia" e recordou as imagens dos civis "executados a sangue frio".."O que aconteceu é nem mais nem menos que grandes crimes de guerra", disse o chefe de Estado norte-americano, referindo-se ao massacre ocorrido na cidade de Bucha, situada a noroeste de Kiev, onde foram encontrados centenas de cadáveres de civis nas ruas e em valas comuns, e noutras localidades próximas da capital ucraniana..Assim, apelou a todos os "países responsáveis" para se unirem na punição àqueles que perpetraram tais crimes e prometeu que os Estados Unidos continuarão a apoiar o povo ucraniano na sua "luta pela liberdade".."A Rússia fracassou na sua incursão inicial. A Rússia queria tomar Kiev" e acabar com o Governo "democraticamente eleito", mas hoje "Kiev ainda resiste e o Governo [ucraniano] ainda está no poder", salientou Biden..No mesmo dia em que os Estados Unidos impuseram sanções às filhas do Presidente russo, Vladimir Putin, e proibiram novos investimentos na Rússia, Biden também falou das sanções contra os oligarcas e suas famílias.."Não poderão agarrar-se à sua riqueza na Europa e nos Estados Unidos, nem ter controlo sobre milhões de dólares, nem usufruir dos luxos das suas casas de férias enquanto houver crianças a ser assassinadas ou deslocadas dos seus lares", frisou..Ucrânia: EUA anunciam novas sanções contra bancos russos e filhas de Putin.A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,2 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia..A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto..A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 42.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.563 mortos, incluindo 130 crianças, e 2.213 feridos entre a população civil.