Keir Starmer e Friedrich Merz assinaram esta quinta-feira, 17 de julho, o primeiro tratado entre Reino Unido e Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial e que recebeu o nome de Tratado de Kensington. O local escolhido para este momento “histórico”, como referiram os dois líderes, foi o Museu Victoria e Albert, em Londres, um símbolo da relação entre os dois países.“Este é um dia histórico para as relações germano-britânicas”, disse o chanceler alemão na cerimónia de assinatura. “Queremos aprofundar a nossa cooperação na área da defesa, na política externa, mas também na política económica e interna”, prosseguiu Merz, nesta que foi a sua primeira viagem a Londres desde que tomou posse e que se segue a uma visita de Estado ao Reino Unido feita na semana passada pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Um calendário que Merz disse que “não é uma coincidência”, pois Alemanha e Reino Unidos estão ligados a França por tratados, sublinhando que os três, incluindo o assinado ontem, são complementares.Entre os 17 projetos deste tratado bilateral de amizade entre Londres e Berlim está a defesa e segurança - o “fio condutor do tratado”, referiu o chanceler alemão - e que prevê garantias de assistência mútua em caso de ataque, sendo identificada “a brutal guerra de agressão da Federação Russa no continente europeu como a ameaça mais significativa e direta à sua segurança”.Ainda no âmbito da defesa, as barreiras comerciais entre os dois países serão flexibilizadas, sendo que foi ainda anunciado que Londres e Berlim vão lançar campanhas de exportação e trabalhar em conjunto num novo sistema de mísseis de longo alcance.O Tratado de Kensington inclui também um acordo para desenvolver uma nova ligação ferroviária direta entre os dois países nos próximos dez anos, ao mesmo tempo que os viajantes frequentes do Reino Unido para a Alemanha vão ganhar acesso aos portões eletrónicos (os chamados e-gates) nas fronteiras num programa-piloto a partir de agosto. O alargamento a todos os cidadãos britânicos será feita depois de a Alemanha concluir as alterações técnicas necessárias. Merz e Starmer comprometeram-se ainda a combater conjuntamente a imigração ilegal, tendo o primeiro-ministro britânico sublinhado que o acordo demonstra “que estamos a falar a sério” neste assunto, enquanto que o chanceler alemão Merz afirmou ser necessário um acordo complementar entre o Reino Unido, a França e a Alemanha para resolver a questão..Macron e Starmer unidos na necessidade de travar imigração