A Alemanha vai direcionar a sua grande campanha de rearmamento para a indústria militar europeia, destinando apenas 8% à compra de armas nos Estados Unidos, segundo o novo plano de aquisição militar germânico noticiado esta terça-feira, 23 de setembro, pelo Politico.O plano, elaborado para a comissão orçamental do parlamento alemão, mostra que Berlim se prepara para fechar quase 83 mil milhões de euros em contratos durante o próximo ano, estando detalhadas 154 grandes compras de defesa entre setembro de 2025 e dezembro de 2026. De acordo com a lista do Parlamento alemão, que tem de aprovar todas as aquisições acima dos 25 milhões de euros, as maiores compras previstas a empresas dos EUA ronda os 5,1 mil milhões em mísseis de defesa aérea e lançadores MIM-104 Patriot da Raytheon e outros 150 milhões em torpedos da aeronave P-8A da Boeing. No total, segundo contas feitas pelo Politico, a Alemanha pretende fazer compras junto de empresas norte-americanas num valor de cerca de 6,8 mil milhões de euros, o que ronda os 8% do plano de aquisições de Berlim. Grande parte dos restantes cerca de 76,2 mil milhões será gasto na indústria europeia.Estes valores representam um golpe nas ambições de Donald Trump em ver os aliados europeus da NATO a investirem mais em armamento norte-americano, mas também um corte dos gastos da Alemanha nos Estados Unidos.Dados do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo mostram que os países europeus da NATO compraram 64% das suas armas aos Estados Unidos entre 2020 e 2024. No mesmo período, o valor das importações de armamento da Alemanha vindas dos EUA foram 70% do seu total de aquisições.Outra má notícia para Donald Trump é que a Hungria, governada pelo seu aliado Viktor Orbán, decidiu manter o fornecimento de energia da Rússia, contrariando a exigência do presidente dos EUA para que os aliados da NATO deixem de comprar petróleo a Moscovo. “Não podemos garantir o fornecimento seguro [de produtos energéticos] ao nosso país sem fontes de petróleo ou gás russas”, afirmou ao Guardian o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, acrescentando que “entendeu” as intenções de Trump. Péter Szijjártó explicou que “pode ser bom sonhar em comprar petróleo e gás a algum lugar [que não a Rússia], mas só podemos comprar onde temos infraestruturas. E se observar a infraestrutura física, é óbvio que, sem os fornecimentos russos, é impossível garantir o abastecimento seguro do país.”.Alemanha. Aprovado projeto de lei para instituir serviço militar voluntário, que pode tornar-se obrigatório.Ucrânia: Trump "furioso" com Putin ameaça novos impostos sobre petróleo russo