Um dia depois de a presidente da Comunidade de Madrid convocar eleições antecipadas para a região, que vão ter lugar hoje, Pablo Gallego imprimiu uma fotografia de Isabel Díaz Ayuso que colocou no seu bar La Parroquia, junto com a mensagem #EucomAyuso. O local é um dos mais de 70 bares e restaurantes da rua Ponzano, no bairro madrileno de Chamberí, onde o governo regional ofereceu a todos, durante um ano e meio, esplanadas para compensar as medidas de restrição no interior por causa do novo coronavírus.."Coloquei o meu cartaz e depois surgiram outros. Estamos abertos graças a ela, permitiu-nos trabalhar. Pelo bem de todos, esperamos que seja reeleita", explica Pablo ao DN. Reconhece que está a ser uma época muito difícil, mas apesar de não estar a ter lucro, consegue manter os sete trabalhadores e nenhum deles está em lay-off simplificado..Do balcão de La Parroquia podem ver-se produtos de muitos lugares em Espanha. Pablo Gallego especializou-se em conservas e marisco. "Trazemos produtos de muitos lugares do país, estamos a manter muitos negócios", sublinha e lembra que há muitos hoteleiros arruinados noutras zonas de Espanha. Em Madrid, pelo contrário, a hotelaria manteve-se aberta depois do confinamento do ano passado, com menos capacidade e limitações, mas aberta. Razão de peso para que o setor esteja agora a apoiar publicamente Díaz Ayuso, candidata do Partido Popular (PP)..Fidel é dono de duas cervejarias na Rua Ponzano, um das quais funciona há 60 anos. E mantém uma boa relação com a presidente Ayuso porque é cliente habitual. "Ela mora nesta zona e até vinha com os pais", indica Fidel ao DN. E conta também os meses muito duros para o setor, com o confinamento e as restrições. "A esplanada tem sido muito importante, as pessoas preferem estar fora agora. Com as medidas de segurança no interior do bar, a nossa capacidade diminuiu..Estamos a receber 50% menos de pessoas do que antes da covid", lamenta o dono. Sublinha o fato de Isabel Díaz Ayuso ter protegido a hotelaria para sair desta situação. "É difícil conseguir um equilíbrio entre o vírus e a economia, não se pode deixar de pensar na saúde, mas devem funcionar as duas coisas", afirma Fidel. Na porta do seu estabelecimento encontra-se o cartaz com a mensagem "Ayuso somos todos. Obrigada por tomar conta de nós". E ele não tem dúvidas, "Isabel tem que ganhar, com maioria ou com algum acordo de governo". E como possível sócio para o PP prefere o Vox, de extrema-direita..O mesmo cartaz que está na porta de Fidel encontra-se em muitos outros bares e restaurantes da zona onde cada dia se juntam centenas de madrilenos para tomar o aperitivo ou almoçar. Segundo as contas do presidente da Hotelaria de Madrid, José Luiz Yzuel, a política de Ayuso permitiu salvar quase 11 mil postos de trabalho. "Não tivemos ajuda, mas preferimos estar abertos", garante, e entende o movimento de apoio que surgiu entre os bares. No restaurante La Bodega Candeli, uma das trabalhadoras que prefere manter o anonimato, mostra o seu agradecimento à presidente da Comunidad de Madrid. "Sem ela não teríamos conseguido manter a equipa toda, somos 20 pessoas, e o que todos queremos é trabalhar para salvar o negócio e as nossas famílias". Sobre a abertura da esplanada, "tem sido a salvação"..Dani, responsável do restaurante La Malcriada, fala das dificuldades do último ano: "Ninguém estava à espera de uma coisa assim, foi algo muito longo e frustrante", explica ao DN. Neste local estavam habituados a ter grandes grupos para almoços e jantares e com as limitações tudo mudou, recebem 50% dos clientes, para garantir as medidas de segurança, "mas não falta público, não fazemos reserva, mas estamos sempre cheios", afirma. A esplanada permitiu tirar do lay-off simplificado um dos empregados e o sentimento de todos "é querer trabalhar"..Para Dani é indiferente quem ganha as eleições. Confia em poder sair desta situação como país, mas sabe que em função de quem for o próximo presidente, algumas medidas podem ajudar mais que outras na recuperação. "Alguns serão mais permissivos com o turismo e também sentimos a sua falta", assinala. Brasileiros, americanos, franceses e também portugueses, todos já descobriram a movida da rua Ponzano..A presidente da região reivindica um estilo de vida próprio de Madrid. Nos seus comícios fala de "viver à madrilena", com "muita liberdade". Não diz que Madrid seja melhor do que o resto do país, mas sim que nesta região "podem encontrar o melhor de cada lugar". Um discurso que parece estar a funcionar, pelo menos entre o comércio e a hotelaria. Não se pode esquecer que Madrid vive do setor dos serviços. Nem sequer parece que os maus números de contágios por covid-19 na região madrilena (acima da média nacional) possam custar-lhe muitos votos. Há comunidades que estiveram muito tempo fechadas e os resultados foram em alguns momentos até piores do que em Madrid. Não há consenso quando se fala deste assunto porque nas cidades com bares e restaurante fechados houve mais reuniões em casas particulares e subiram os contágios..As últimas sondagens publicadas falam de uma cómoda vitória de Ayuso. No entanto, vai ser difícil atingir a maioria absoluta. O PP preside à Comunidad de Madrid ininterruptamente desde 1995, mas nas últimas eleições, em 2019, não foi a força mais votada e só conseguiu a presidência com o apoio do Ciudadanos, um partido que desta vez não tem garantida a sua presença no Parlamento regional, devido à grande queda nas intenções de votos. Ayuso quer governar sozinha, mas ainda não esclareceu se está disposta a contar com o apoio do Vox, caso seja necessário..dnot@dn.pt
Um dia depois de a presidente da Comunidade de Madrid convocar eleições antecipadas para a região, que vão ter lugar hoje, Pablo Gallego imprimiu uma fotografia de Isabel Díaz Ayuso que colocou no seu bar La Parroquia, junto com a mensagem #EucomAyuso. O local é um dos mais de 70 bares e restaurantes da rua Ponzano, no bairro madrileno de Chamberí, onde o governo regional ofereceu a todos, durante um ano e meio, esplanadas para compensar as medidas de restrição no interior por causa do novo coronavírus.."Coloquei o meu cartaz e depois surgiram outros. Estamos abertos graças a ela, permitiu-nos trabalhar. Pelo bem de todos, esperamos que seja reeleita", explica Pablo ao DN. Reconhece que está a ser uma época muito difícil, mas apesar de não estar a ter lucro, consegue manter os sete trabalhadores e nenhum deles está em lay-off simplificado..Do balcão de La Parroquia podem ver-se produtos de muitos lugares em Espanha. Pablo Gallego especializou-se em conservas e marisco. "Trazemos produtos de muitos lugares do país, estamos a manter muitos negócios", sublinha e lembra que há muitos hoteleiros arruinados noutras zonas de Espanha. Em Madrid, pelo contrário, a hotelaria manteve-se aberta depois do confinamento do ano passado, com menos capacidade e limitações, mas aberta. Razão de peso para que o setor esteja agora a apoiar publicamente Díaz Ayuso, candidata do Partido Popular (PP)..Fidel é dono de duas cervejarias na Rua Ponzano, um das quais funciona há 60 anos. E mantém uma boa relação com a presidente Ayuso porque é cliente habitual. "Ela mora nesta zona e até vinha com os pais", indica Fidel ao DN. E conta também os meses muito duros para o setor, com o confinamento e as restrições. "A esplanada tem sido muito importante, as pessoas preferem estar fora agora. Com as medidas de segurança no interior do bar, a nossa capacidade diminuiu..Estamos a receber 50% menos de pessoas do que antes da covid", lamenta o dono. Sublinha o fato de Isabel Díaz Ayuso ter protegido a hotelaria para sair desta situação. "É difícil conseguir um equilíbrio entre o vírus e a economia, não se pode deixar de pensar na saúde, mas devem funcionar as duas coisas", afirma Fidel. Na porta do seu estabelecimento encontra-se o cartaz com a mensagem "Ayuso somos todos. Obrigada por tomar conta de nós". E ele não tem dúvidas, "Isabel tem que ganhar, com maioria ou com algum acordo de governo". E como possível sócio para o PP prefere o Vox, de extrema-direita..O mesmo cartaz que está na porta de Fidel encontra-se em muitos outros bares e restaurantes da zona onde cada dia se juntam centenas de madrilenos para tomar o aperitivo ou almoçar. Segundo as contas do presidente da Hotelaria de Madrid, José Luiz Yzuel, a política de Ayuso permitiu salvar quase 11 mil postos de trabalho. "Não tivemos ajuda, mas preferimos estar abertos", garante, e entende o movimento de apoio que surgiu entre os bares. No restaurante La Bodega Candeli, uma das trabalhadoras que prefere manter o anonimato, mostra o seu agradecimento à presidente da Comunidad de Madrid. "Sem ela não teríamos conseguido manter a equipa toda, somos 20 pessoas, e o que todos queremos é trabalhar para salvar o negócio e as nossas famílias". Sobre a abertura da esplanada, "tem sido a salvação"..Dani, responsável do restaurante La Malcriada, fala das dificuldades do último ano: "Ninguém estava à espera de uma coisa assim, foi algo muito longo e frustrante", explica ao DN. Neste local estavam habituados a ter grandes grupos para almoços e jantares e com as limitações tudo mudou, recebem 50% dos clientes, para garantir as medidas de segurança, "mas não falta público, não fazemos reserva, mas estamos sempre cheios", afirma. A esplanada permitiu tirar do lay-off simplificado um dos empregados e o sentimento de todos "é querer trabalhar"..Para Dani é indiferente quem ganha as eleições. Confia em poder sair desta situação como país, mas sabe que em função de quem for o próximo presidente, algumas medidas podem ajudar mais que outras na recuperação. "Alguns serão mais permissivos com o turismo e também sentimos a sua falta", assinala. Brasileiros, americanos, franceses e também portugueses, todos já descobriram a movida da rua Ponzano..A presidente da região reivindica um estilo de vida próprio de Madrid. Nos seus comícios fala de "viver à madrilena", com "muita liberdade". Não diz que Madrid seja melhor do que o resto do país, mas sim que nesta região "podem encontrar o melhor de cada lugar". Um discurso que parece estar a funcionar, pelo menos entre o comércio e a hotelaria. Não se pode esquecer que Madrid vive do setor dos serviços. Nem sequer parece que os maus números de contágios por covid-19 na região madrilena (acima da média nacional) possam custar-lhe muitos votos. Há comunidades que estiveram muito tempo fechadas e os resultados foram em alguns momentos até piores do que em Madrid. Não há consenso quando se fala deste assunto porque nas cidades com bares e restaurante fechados houve mais reuniões em casas particulares e subiram os contágios..As últimas sondagens publicadas falam de uma cómoda vitória de Ayuso. No entanto, vai ser difícil atingir a maioria absoluta. O PP preside à Comunidad de Madrid ininterruptamente desde 1995, mas nas últimas eleições, em 2019, não foi a força mais votada e só conseguiu a presidência com o apoio do Ciudadanos, um partido que desta vez não tem garantida a sua presença no Parlamento regional, devido à grande queda nas intenções de votos. Ayuso quer governar sozinha, mas ainda não esclareceu se está disposta a contar com o apoio do Vox, caso seja necessário..dnot@dn.pt