Protestos anti-Israel em Sanaã, Iémen, na última quinta-feira (18).
Protestos anti-Israel em Sanaã, Iémen, na última quinta-feira (18).YAHYA ARHAB

Ataque israelita no Iémen foi o segundo mais letal contra jornalistas já registado

Comité de Proteção dos Jornalistas aponta 31 mortos na redação atingida em Sanaã. Só o massacre das Filipinas, em 2009, foi mais mortal.
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O ataque aéreo israelita contra uma redação em Sanaã, capital do Iémen, no dia 10 de setembro, tornou-se o segundo mais letal contra jornalistas alguma vez registado, segundo o Comité de Proteção dos Jornalistas (CPJ), citado pelo The Guardian.

O bombardeamento em questão atingiu um complexo que abrigava três órgãos de imprensa ligados aos Houthis. No local estavam dezenas de profissionais a concluir a edição semanal do jornal 26 September.

Pelo menos 35 pessoas morreram, entre elas 31 jornalistas e funcionários da imprensa, além de uma criança, e 131 ficaram feridas, de acordo com o ministério da Saúde controlado pelos Houthis.

O CPJ sublinhu que apenas o massacre de Maguindanao, nas Filipinas, em 2009, no qual foram assassinados 58 civis, incluindo 32 jornalistas, causou mais mortes entre profissionais da comunicação social. “Foi um ataque brutal e injustificado”, declarou Nasser al-Khadri, editor-chefe do 26 September, citado pelo comité.

As Forças de Defesa de Israel justificaram a operação com a destruição de “alvos militares” dos Houthis em Sanaá, incluindo o departamento de relações públicas do movimento, acusado de difundir “terror psicológico”. Tel Aviv apresentou os ataques como resposta aos disparos de mísseis e drones contra Israel, reivindicados pelos Houthis em solidariedade com os palestinianos na guerra em Gaza.

O CPJ acusa Israel de adotar um padrão de ataques contra jornalistas em diferentes países, retratando-os como combatentes. Desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 247 profissionais da comunicação foram mortos em Gaza, segundo o gabinete de direitos humanos da ONU.

De acordo com o relatório, há ainda registo de mortes de jornalistas no Líbano em bombardeamentos israelitas.

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