Donald Trump confirmou na terça-feira, 2 de setembro, que as forças americanas dispararam contra um "barco que transportava droga" e acabara de sair da Venezuela, enquanto os Estados Unidos realizavam um desdobramento militar na região das caraíbas, um ataque denunciado por Caracas."Literalmente destruímos um barco, um barco que transportava drogas, muita droga. E vocês verão e lerão sobre isso. Aconteceu há alguns momentos", afirmou o presidente à imprensa durante uma intervenção no Salão Oval, antes de acrescentar que "estas [drogas] provêm da Venezuela".Porém, nessa ocasião, Donald Trump não deu mais detalhes sobre uma suposta operação militar nas costas do país sul-americano, onde a Marinha dos Estados Unidos posicionou vários navios de guerra.Trump elogiou o "incrível" chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, que o manteve informado sobre o ataque ao suposto navio venezuelano, um movimento confirmado pouco depois pelo secretário de Estado, Marco Rubio, através de uma mensagem na rede social X."Temos uma grande quantidade de drogas que chegam ao nosso país há muito tempo, e estas provêm da Venezuela. Saem em grandes quantidades da Venezuela. Muitas coisas estão a sair da Venezuela, então o eliminámos (o barco)", acrescentou o mandatário.Mais tarde, nas redes sociais, Donald Trump detalhou que as Forças Armadas norte-americanas realizaram um ataque contra "os narcoterroristas" do Tren de Aragua (TDA) no qual morreram alegadamente 11 "terroristas"."O TDA é uma Organização Terrorista Estrangeira (...), operando sob o controle de Nicolas Maduro, responsável por homicídios em massa, tráfico de drogas, tráfico de pessoas e atos de violência e terror em todos os Estados Unidos e no Hemisfério Ocidental", acrescentou Donald Trump.Segundo o presidente norte-americano, o ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam no mar, "em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais, a caminho dos Estados Unidos" e deste resultaram "11 terroristas mortos em combate", mas nenhum elemento das Forças dos EUA foi ferido no ataque. Trump partilhou na sua rede social, a Truth Social, imagens de um barco a ser atingido. . Em resposta, o ministro das Comunicações da Venezuela, Freddy Ñáñez, afirmou que as imagens partilhadas por Trump foram criadas com inteligência artificial.O presidente da Venezuela não fez qualquer referência ao ataque durante um evento transmitido pelo canal estatal na terça-feira. Mas Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos de enviarem navios de guerra para as águas ao largo da Venezuela porque querem os "recursos naturais" do país sul-americano, incluindo petróleo, gás e ouro."Estão a vir (...) pelo petróleo venezuelano, querem-no de graça, pelo gás", disse na terça-feira Maduro, que afirmou que o país tem também "a quarta maior reserva de gás do mundo" e "uma das maiores" reservas globais de ouro.No evento, o líder venezuelano reiterou que os EUA mobilizaram "oito navios de guerra" e 1.200 mísseis junto à costa do país.Maduro voltou a rejeitar o argumento de Washington de que se trata de uma operação para combater o tráfico de droga, descrevendo-o como uma "história, uma lenda em que ninguém acredita"."A juventude dos Estados Unidos não acredita nas mentiras do mandachuva da Casa Branca, Marco Rubio, porque quem manda na Casa Branca é Marco Rubio, a máfia de Miami, que quer sujar as mãos do presidente Donald Trump com sangue", disse o chefe de Estado. Maduro já tinha advertido que o seu país enfrenta o que considera a "maior ameaça que se viu" na América "nos últimos cem anos" e assegurou que a sua nação se declararia "em armas" se "fosse agredida".Mais de quatro mil militares, incluindo aproximadamente dois mil fuzileiros navais, juntamente com aeronaves, navios com capacidade antimíssil, foram mobilizados por Washington para patrulhar as águas próximas da Venezuela e das Caraíbas para combater os cartéis de droga.O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, garantiu na semana passada que a iniciativa de Washington conta com o apoio de países como a Argentina, Paraguai, Equador, Guiana e Trinidade e Tobago, e que os seus governos manifestaram disponibilidade para colaborar em ações conjuntas contra o narcotráfico.Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que “resolvam as diferenças por meios pacíficos”..Venezuela envia barcos de guerra para as suas águas territoriais face à presença militar dos EUA.Com navios dos EUA a caminho, Maduro convoca milicianos