O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira à noite (já madrugada de terça-feira, 19 de agosto, em Lisboa) “um plano especial de paz” que implicará o destacamento dos 4,5 milhões de milicianos por todo o território. A Milícia Nacional Bolivariana, composta por voluntários e reservistas, foi criada por Hugo Chávez em 2007 e tornou-se mais tarde oficialmente no quinto ramo das Forças Armadas.A decisão surge depois de os EUA terem aumentado para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que possam levar à sua captura, ao abrigo das acusações de narcotráfico e terrorismo que Maduro nega. Isto numa altura em que três navios de guerra norte-americanos estarão a caminho - alegadamente para combater a ameaça do tráfico de droga e dos cartéis que a Administração de Donald Trump designou como terroristas.“O plano de paz consiste em mobilizar toda a capacidade miliciana no território e por setores, estabelecendo a capacidade da Milícia Nacional Bolivariana em todos os territórios do país”, disse o presidente, sem dar mais pormenores. Maduro pediu apenas às milícias que estejam “preparadas, ativadas e armadas” para “defender a soberania nacional”, acusando o “supremacismo imperialista” de “ameaças bizarras e extravagantes”.Segundo a Reuters, três contratorpedeiros - o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson - estão a caminho das Caraíbas com quatro mil marinheiros e marines a bordo. De acordo com a agência de notícias, a frota norte-americana é acompanhada por aviões espiões e um submarino. A operação surge depois de Trump ter decidido destacar os militares contra os cartéis de droga latino-americanos.Maduro foi, entretanto, acusado pelos procuradores dos EUA de transformar a Venezuela num “narcoestado” através do chamado “Cartel de los Soles” (Cartel dos Sóis, em português). O Governo venezuelano fala numa “cortina de fumo” para distrair os norte-americanos dos problemas internos.Quando na semana passada os EUA resolveram aumentar a recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano para os 50 milhões de dólares (em 2020 era de 15 milhões de dólares e no ano passado passou para os 25), o cartel foi também declarado “organização terrorista internacional”. Na semana passada, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse que já foram apreendidos bens a Maduro no valor de 700 milhões de dólares. Entre os bens confiscados estão aviões, várias mansões na Florida, uma quinta com cavalos e milhões de dólares em joias. .O que se sabe do Cartel de los Soles, a organização que os EUA acusam Maduro de chefiar