A Casa Branca afirmou hoje que os Estados Unidos alertaram o Qatar sobre o ataque iminente de Israel contra responsáveis do Hamas em Doha, mas as autoridades qataris reclamam que só foram avisadas depois."A administração Trump foi notificada esta manhã pelo exército americano" sobre o ataque israelita iminente, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante uma conferência de imprensa."O Presidente Trump ordenou imediatamente ao emissário [Steve] Witkoff que informasse o Qatar do ataque iminente, o que ele fez", referiu.No entanto, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, negou hoje que os EUA tenham informado o seu país antes do ataque israelita, indicando que uma autoridade norte-americana telefonou no mesmo momento em que ocorreu."As declarações circulantes de que o Qatar foi informado do ataque com antecedência são falsas. A chamada de uma autoridade americana ocorreu enquanto ocorriam explosões causadas pelo ataque israelita em Doha", afirmou brevemente na sua conta oficial no X.. Após os ataques de Israel a Doha, Donald Trump conversou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, revelou a porta-voz do executivo norte-americano..O Governo português condenou hoje o ataque israelita em Doha, que considerou violar a soberania do Qatar e aumentar o "risco de escalada de violência na região". "Reforçamos que a prioridade é o cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns. A solução de dois Estados é essencial para uma paz estável", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa publicação na rede social X. . Outros países europeus, como França, Reino Unido, Alemanha e Espanha também condenaram hoje o bombardeamento em Doha, que provocou a morte de pelo menos seis pessoas, cinco das quais do Hamas e de um polícia do Qatar. .O primeiro-ministro israelita defendeu hoje que o ataque em Doha contra altos dirigentes do Hamas "poderá abrir caminho para o fim da guerra” na Faixa de Gaza, se o grupo islamita palestiniano aceitar a proposta norte-americana de cessar-fogo."Israel aceitou a proposta do Presidente [dos Estados Unidos] Donald Trump de pôr fim à guerra, começando pela libertação de todos os nossos reféns, que estão presos em Gaza há mais de 700 dias. Se aceitarem a proposta de Trump, a guerra pode terminar imediatamente", disse Benjamin Netanyahu.Em declarações durante um evento na embaixada norte-americana em Jerusalém, o chefe do Governo afirmou que o seu país pode "recomeçar a trabalhar para expandir a paz" na região do Médio Oriente "em benefício de todos"..O Hamas anunciou que cinco membros do grupo foram mortos no ataque em Doha, incluindo o filho do líder exilado de Gaza, Khalil Al-Hayya.O movimento islamita palestiniano acrescentou que Israel "falhou" na tentativa de assassinar a delegação negocial do grupo em Doha..O primeiro-ministro britânico condenou os ataques de Israel em Doha, afirmando que representam o risco de uma nova escalada na região."Condeno os ataques de Israel a Doha, que violam a soberania do Qatar e representam o risco de uma nova escalada na região. A prioridade deve ser um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e um aumento maciço da ajuda humanitária a Gaza. Esta é a única solução para uma paz duradoura", afirmou Keir Starmer no X..O Governo português disse hoje à agência Lusa estar a acompanhar de perto a situação no Qatar, após um ataque israelita em Doha, indicando que os cidadãos portugueses residentes na capital qatari se encontram bem.Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros português indicou que estão registados no Qatar 1.134 cidadãos portugueses.Numa mensagem divulgada hoje nas redes sociais, a embaixada portuguesa em Doha apelou aos portugueses residentes na capital do Qatar para que evitem todas as deslocações, após o ataque de Israel contra responsáveis do movimento islamita palestiniano Hamas."A Embaixada informa que face às explosões que se ouviram faz alguns minutos em Doha aconselhamos todos os portugueses a evitarem todas as deslocações, procurando manterem-se em casa", escreveu a embaixada..Pelo menos dois membros do Hamas morreram no ataque de Israel contra um edifício em Doha, onde estavam reunidos, disse um membro do gabinete político do movimento islamita palestiniano.Uma das vítimas mortais é o filho de Khalil al Hayya, que lidera a delegação do Hamas às negociações mediadas pelo Qatar, acrescentou.O seu pai, porém, sobreviveu, confirmou o Hamas..O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulghit, condenou hoje o ataque israelita contra altos dirigentes do grupo islamita palestiniano Hamas em Doha, considerando que se trata de “uma violação flagrante e completamente inaceitável" da soberania do Qatar.O porta-voz oficial do secretário-geral, Jamal Rushdi, indicou que a organização, que representa 22 países árabes, se solidariza com o Qatar e com quaisquer medidas que o país adote para proteger a sua soberania e salvaguardar a sua segurança."A conduta israelita constitui uma violação de todas as normas e princípios internacionais estabelecidos”, declarou o porta-voz da Liga Árabe.Na sua declaração, Jamal Rushdi alertou que o ataque já reivindicado por Israel impõe à comunidade internacional “a firme responsabilidade de lidar com este Estado, que desrespeita a lei e não se importa com as consequências das suas ações vergonhosas"..O Governo espanhol "condenou categoricamente" o ataque de Israel em Doha, descrevendo-o como "uma violação da soberania territorial do Qatar e uma flagrante violação do direito internacional"."Espanha reitera o seu apelo à contenção e ao respeito pelo direito internacional para preservar a estabilidade regional, à cessação imediata da violência e ao regresso às negociações diplomáticas", acrescentou o executivo de Pedro Sánchez em comunicado..O Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, afirmou hoje que o “brutal ataque” de Israel contra responsáveis do Hamas no Qatar ameaça a “estabilidade regional”, de acordo com um comunicado.“O brutal ataque israelita ao Qatar constitui uma violação flagrante do direito internacional e uma escalada que ameaça a segurança e a estabilidade regional”, indicou o gabinete de Abbas num comunicado reproduzido pela agência de notícias oficial palestiniana Wafa.Momentos antes, o vice-presidente da ANP, Hussein al-Sheij, condenou firmemente o bombardeamento israelita na capital do Qatar, Doha, um ataque que coincidiu com a visita ao país da delegação negociadora do Hamas.Al-Sheij, que também é vice-presidente do Comité Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, num comunicado, que o ataque “constitui uma grave violação do Direito Internacional e da soberania do Estado do Qatar”.Assim, o dirigente palestiniano lamentou o bombardeamento contra um “país irmão” e salientou que se trata de uma “ameaça à segurança e estabilidade da região”..O Governo do Reino Unido criticou a decisão de Israel de lançar ataques aéreos contra os líderes do Hamas no Qatar."Não queremos ver uma nova escalada da violência na região. Isso só pode gerar mais desestabilização. Queremos ver o fim do sofrimento em Gaza, começando pela libertação de todos os reféns, um cessar-fogo imediato e um aumento da ajuda à região para que possa haver uma paz duradoura em toda a região", disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico..O primeiro-ministro israelita afirmou ter ordenado o ataque contra os líderes do Hamas em Doha após os recentes ataques em Jerusalém e Gaza, segundo a Reuters.Benjamin Netanyahu disse ainda, em comunicado, que os ataques foram "inteiramente justificados" e que a decisão foi aprovada às 12h00 desta terça-feira, após a identificação de uma "oportunidade operacional"..O Papa Leão XIII manifestou preocupação com as consequências dos ataques de Israel no Qatar."Há uma notícia realmente séria agora: o ataque de Israel a alguns líderes do Hamas no Qatar. Toda a situação é muito grave", afirmou o sumo pontífice em frente à residência papal de verão em Castel Gandolfo, citado pela agência de notícias ANSA..Guterres condena "flagrante violação da soberania" do QatarO secretário-geral da ONU condenou esta terça-feira, 9 de setembro, o ataque de Israel em Doha, onde vivem responsáveis do movimento islamita palestiniano Hamas, advogando tratar-se de uma "flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Qatar"."Estamos a tomar conhecimento dos ataques israelitas no Qatar, um país que tem vindo a desempenhar um papel muito positivo para alcançar um cessar-fogo e a libertação de todos os reféns", disse António Guterres aos jornalistas, no lançamento de um relatório sobre gastos militares."Condeno esta flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Qatar. Todas as partes devem trabalhar para alcançar um cessar-fogo permanente, e não para o destruir", frisou..Israel ataca sede do Hamas no Qatar. Líderes eram alvos. Israel reivindicou um "ataque dirigido" contra líderes do Hamas, pouco depois de terem sido registadas explosões na capital do Qatar, onde vivem responsáveis do movimento."O exército e o serviço de segurança interna [Shin Bet] efetuaram um ataque dirigido contra os altos dirigentes da organização terrorista Hamas", declarou o exército em comunicado.O exército israelita afirmou que "antes do bombardeamento, foram tomadas medidas para mitigar os danos aos civis, incluindo o uso de munições precisas e informações adicionais" dos serviços secretos e reiterou que "continuará a operar com determinação para derrotar a organização terrorista Hamas, responsável pelo massacre de 07 de outubro" de 2023, de acordo com um comunicado. "Durante anos, estes membros da cúpula do Hamas lideraram as operações da organização terrorista, sendo diretamente responsáveis pelo brutal massacre de 07 de outubro e orquestrando e gerindo a guerra contra o Estado de Israel", acrescentou.De acordo com as agências de notícias internacionais e a cadeira de televisão Al-Jazeera, sediada em Doha, vídeos recolhidos na capital do emirado mostram fumo a subir no horizonte.O ataque inédito surgiu após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, ter anunciado que Israel aceitou a mais recente proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo em Gaza.