Argélia ameaça cortar fornecimento de gás a Espanha
A Argélia é o principal fornecedor de gás a Espanha, uma fonte de energia fundamental num momento em que a crise do conflito russo-ucraniano levou a União Europeia a considerar suspender as suas compras de gás à Rússia.
A Argélia advertiu, esta quarta-feira, Espanha que qualquer desvio do gás exportado, "cujo destino seja outro que não o previsto no contrato", significará uma violação contratual, segundo o Ministério das Minas e Energia argelino.
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A alusão é entendida como uma referência direta a Marrocos, país com o qual a relação bilateral argelina atravessa uma fase de grande tensão, e com o qual a Espanha assinou um compromisso segundo o qual ajudará o reino a "regaseificar" o gás natural liquefeito (GNL , que é transportado por navio) e enviá-lo de volta ao território marroquino através do gasoduto Magrebe-Europa, atualmente sem uso.
A informação foi adiantada pela agência oficial do país do norte de África. O ministro das Minas e Energia argelino, Mohamed Arkab, referiu num comunicado que foi hoje notificado "por mensagem eletrónica, pela sua homóloga espanhola, Teresa Ribera, da decisão de Espanha de autorizar a exploração, em fluxo inverso, do Gasoduto Magrebe-Europa (GME)".
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O GME, que fornecia gás argelino a Espanha e Portugal através do território marroquino, foi encerrado em outubro de 2021, quando expirou o contrato de 25 anos, em plena tensão entre Argélia e Marrocos.
A Argélia adiantou que a "operação (solicitada pela Espanha para o uso do GME) vai ser realizada hoje ou amanhã [sexta-feira]".
"As quantidades de gás natural argelino entregues a Espanha cujo destino seja outro que não o previsto nos contratos vão ser consideradas uma violação dos compromissos contratuais e, portanto, poderão levar ao incumprimento do contrato que vincula a Sonatrach [empresa petrolífera estatal da Argélia] aos seus clientes espanhóis", acrescentou.
A Argélia é o principal fornecedor de gás a Espanha, uma fonte de energia fundamental num momento em que a crise do conflito russo-ucraniano levou a União Europeia (UE) a considerar suspender as suas compras de gás à Rússia.