António Costa apresenta-se como oposto de Charles Michel e invoca origens goesas
Foto: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

António Costa apresenta-se como oposto de Charles Michel e invoca origens goesas

Diz que vai estar em permanente contacto com os 27 e augura boa relação com Ursula von der Leyen.
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António Costa quer mostrar que o seu papel no cargo de presidente do Conselho Europeu irá contrastar com o do belga Charles Michel. Enquanto presidente designado, visitou as 27 capitais europeias, onde se reuniu com os respetivos chefes de governo. Agora, em entrevista ao Politico, fez questão de realçar a relação saudável que mantém com a atual presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que vai iniciar um segundo mandato. E até as suas origens goesas foram invocadas.

O antigo primeiro-ministro português vai iniciar funções no dia 1 de dezembro. A presidência do Conselho Europeu é um cargo de representação, não executivo, mas a forma como será desempenhado pode ajudar a determinar o sucesso ou insucesso das reuniões entre os líderes europeus, e com os restantes. “Precisamos de ter relações mais estreitas com diferentes regiões e países que são relevantes num mundo que é muito mais do que o G7 ou o G20”, disse na entrevista, antes de lembrar que o mundo é “composto por 195 países”. Uma modulação do discurso tendo em conta o curso provável da futura presidência dos Estados Unidos. 

Em particular, Costa deu como exemplo o facto de ter ascendência goesa ao falar das relações com a Índia, e disse que a sua “proximidade cultural, os seus conhecimentos e, por vezes, até as suas competências linguísticas” são uma mais-valia que espera utilizar “ao serviço da UE”. António Costa recordou que, aquando da sua visita enquanto primeiro-ministro à Índia, o seu homólogo, Narendra Modi, ofereceu um cartão de cidadão que lhe confere direitos de residência e de trabalho por tempo indeterminado. “Penso que há sinais claros de que a Europa quer ter uma visão de 360 graus do mundo e não uma visão unidirecional”, disse.

“A minha principal missão é garantir a unidade entre todos... E isso significa estar em contacto permanente”, disse sobre as relações com os chefes de Estado e de governo que terá de manter. Além disso, o socialista quer manter uma relação estreita com a presidente da Comissão. O desalinhamento de Michel e von der Leyen foi tornado público e a comunicação entre ambos deixou praticamente de existir. Mas Costa lembra que, durante a presidência rotativa do Conselho, em 2021, houve um trabalho “harmonioso e coordenado” entre a sua equipa e a da alemã. 

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