Internacional
29 junho 2022 às 22h39

Putin agora diz que adesão de Finlândia e Suécia à NATO "não é problema"

Mas "no caso de envio de contingentes e infraestruturas militares para lá, vamos ser obrigados a responder de forma simétrica e implementar as mesmas ameaças dos territórios de onde proveem intimações contra nós", salientou o presidente russo.

DN/Lusa

A Rússia não vê "nenhum problema" com a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, afirmou esta quarta-feira o Presidente russo, Vladimir Putin.

"Não temos problemas com a Suécia e a Finlândia, como temos com a Ucrânia", disse Putin em conferência de imprensa em Asgabate, capital do Turcomenistão.

"Não temos disputas territoriais (...), não há nada que nos possa incomodar do ponto de vista de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO", assegurou.

Para Putin, a Finlândia e a Suécia "podem se juntar onde quiserem". Mas, "no caso de envio de contingentes e infraestruturas militares para lá, vamos ser obrigados a responder de forma simétrica e implementar as mesmas ameaças dos territórios de onde proveem intimações contra nós", salientou.

O processo formal de adesão dos dois países nórdicos foi hoje oficialmente iniciado, na cimeira da NATO, em Madrid.

Putin denunciou também as "ambições imperiais" da NATO, que, segundo o mesmo, procura afirmar a sua "hegemonia" através do conflito russo-ucraniano.

"O apelo para que a Ucrânia continue a lutar e recuse as negociações apenas confirma a nossa suposição de que a Ucrânia e o bem-estar do povo ucraniano não são o objetivo do Ocidente e da NATO, mas uma forma de defender os seus próprios interesses", acusou o líder do Kremlin.

"Os países líderes da NATO desejam (...) afirmar a sua hegemonia, as suas ambições imperiais", apontou.

Segundo o chefe de Estado russo, a Aliança Atlântica e "acima de tudo, os Estados Unidos precisavam (...) de ter um inimigo externo para que pudessem unir os seus aliados".

Ainda em Asgabate, Putin rejeitou qualquer responsabilidade pelo ataque a um centro comercial na cidade ucraniana de Kremenchuk, que provocou pelo menos 18 mortos e 40 feridos.

"O nosso Exército não atinge nenhum lugar de infraestrutura civil", garantiu.