Alexei Navalny detido no aeroporto ao chegar a Moscovo
Mal teve tempo para pisar o solo da Federação Russa: Alexei Navalny foi detido por quatro polícias com máscaras negras minutos após chegar ao aeroporto de Sheremetyevo, em Moscovo, vindo da Alemanha, e quando estava no controlo de passaportes. A detenção deste oposicionista ao governo de Vladimir Putin, que tinha sido anunciada pelos Serviços Prisionais russos alegando que ele tinha violado os termos pena suspensa (foi condenado a prisão em 2014 pelo desvio de fundos) por ter estado na Alemanha cinco meses sem fazer as apresentações periódicas a que estava obrigado, desencadeou de imediato protestos internacionais.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, reputou-a no Twitter de "inaceitável", exigindo a sua libertação imediata; o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, reforçou o carácter inaceitável do ato e ameaçou os responsáveis com sanções. A detenção de Navalny foi precedida pela de outros membros da oposição que tinham ido recebê-lo ao aeroporto de Vnukovo, onde o avião onde viajava deveria ter aterrado e de onde foi desviado à última hora. Jornalistas que ali se encontravam aguardando a chegada estimam que pelo menos 53 pessoas foram ali detidas, incluindo a conhecida opositora Lyubov Sobol, da qual há imagens a ser levada pela polícia juntamente com três outras pessoas.
Navalny, de 44 anos, recorde-se, esteve cinco meses na Alemanha a recuperar de um envenenamento atribuído por vários laboratórios europeus e pelo próprio governo alemão ao agente nervoso novichok, criado na União Soviética e que fora já utilizado no agente duplo Sergei Skripal e na sua filha, em Inglaterra, em 2018 (ambos sobreviveram, tendo os serviços secretos russos sido responsabilizados pela tentativa de homicídio, como no caso de Navalny, ante a terminante negação do respetivo governo).
"Alexei foi detido sem ser apresentada qualquer razão", disse a sua advogada, Olga Mikhailova, à AFP no aeroporto. "Tudo o que se está a passar é ilegal."