Um dos principais eventos teve lugar no memorial de Ploetzensee, junto a uma prisão onde os nazis assassinaram pelo menos 2.800 pessoas, incluindo muitos opositores.
Um dos principais eventos teve lugar no memorial de Ploetzensee, junto a uma prisão onde os nazis assassinaram pelo menos 2.800 pessoas, incluindo muitos opositores.Foto: A. Savin / Memorial Plötzensee/ Wikimedia/Visit Berlin

Alemanha homenageia resistência antinazi e autores de tentativa de homicídio de Hitler

O atentado, planeado para um dos quartéis-generais de Hitler, a Toca do Lobo (na atual Polónia), previa a colocação de uma mala de explosivos junto ao líder nazi.
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A Alemanha prestou homenagem à resistência anti-nazi por ocasião do aniversário da tentativa de homicídio de Adolf Hitler, a 20 de julho de 1944, por um grupo de oficiais alemães liderados pelo coronel Claus Schnenk von Staufenberg. A cerimónia foi realizada este domingo, 20 de julho.

Um dos principais eventos teve lugar no memorial de Ploetzensee, junto a uma prisão onde os nazis assassinaram pelo menos 2.800 pessoas, incluindo muitos opositores. O principal orador do evento foi o ator Mathias Brandt, filho do antigo chanceler alemão Willy Brandt, que trabalhou para a resistência a partir da Noruega e da Suécia, onde esteve exilado. 

Brandt recordou como, após a guerra, foi necessário muito tempo para que o trabalho dos opositores de Hitler fosse reconhecido e como muitos tiveram de sofrer insultos por parte daqueles que ainda os consideravam “traidores da pátria”.  "No início do pós-guerra, os homens e as mulheres da resistência foram apresentados como tendo demonstrado que era possível comportar-se de forma diferente da maioria. Para muitos, lidar com a resistência era também lidar com a sua própria indolência" perante a ditadura nazi, acrescentou. 

"Estavam confortáveis com a ideia de que tinham feito parte de um povo seduzido que tinha sido entregue aos nazis sem saber o que se passava”, salientou Brandt, que evocou a história do seu pai como parte da resistência contra Hitler e procurou fazer a ponte para o presente.

"Há mais de cinquenta anos, havia um chanceler que tinha sido inimigo de Hitler. E a sua história só foi possível porque um país, mais civilizado do que a Alemanha da altura, lhe deu asilo e uma nova pátria", afirmou. 

O ministro da Cultura, Wolfram Weimer, também prestou homenagem aos conspiradores do 20 de julho, mas acrescentou que a resistência deve ser vista num sentido mais lato.  "No dia 20 de julho de 1944, pessoas corajosas enfrentaram a injustiça. Mas quando falamos de resistência, não devemos falar apenas dos conspiradores. As suas famílias também deram provas de coragem e muitas pagaram um preço elevado. Parentes que esconderam cartas e esposas que ficaram na prisão, mães que foram sujeitas a longos interrogatórios", afirmou. 

“Não existem monumentos nem letras douradas para eles, os heróis silenciosos que, no entanto, marcaram a nossa história”, acrescentou o governante.  Stauffenberg liderou a Operação Valquíria, que previa a prisão dos líderes nazis após a morte de Hitler, propondo um fim antecipado da Segunda Guerra Mundial.

O atentado, planeado para um dos quartéis-generais de Hitler, a Toca do Lobo (na atual Polónia), previa a colocação de uma mala de explosivos junto ao líder nazi. A explosão acabou por causar apenas ferimentos ligeiros a Hitler e os principais responsáveis do atentado foram fuzilados pelas autoridades nazis.

Um dos principais eventos teve lugar no memorial de Ploetzensee, junto a uma prisão onde os nazis assassinaram pelo menos 2.800 pessoas, incluindo muitos opositores.
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