Alemanha administra vacina da Johnson & Johnson a todos os adultos sem limite de idade
A partir desta segunda-feira, a vacina da Johnson & Johnson pode ser administrada na Alemanha a todos os adultos, suspendendo desta forma o sistema de prioridade que determina quem recebe as doses da vacina em primeiro lugar.
De referir que em Portugal a vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, de toma única, é recomendada a pessoas com mais de 50 anos. No entanto, menores de 50 que queiram tomar o fármaco só têm de dar consentimento.
"As pessoas com menos de 50 anos de idade, que assim o desejem podem ser vacinadas com a vacina da Janssen, desde que sejam devidamente informadas sobre os benefícios e os riscos, e que concedam expressamente o seu consentimento informado", refere a norma da DGS.
Na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, explicou que, como a maioria das pessoas com mais de 60 anos já deve ficar vacinada até junho, optou-se por não restringir a vacina a pessoas mais velhas por causa dos riscos raros de trombose.
Em vez disso, os mais jovens podem optar por tomar a vacina após consultar o médico, tal como indica em Portugal a Direção-Geral da Saúde.
Spahn fez saber que são esperadas cerca de 10 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson entre junho e julho - quando as pessoas mais velhas estiverem vacinadas. Nesse sentido, a Alemanha decidiu suspender as restrições de idade para a vacina da Johnson & Johnson "para que todos possam ter a possibilidade de se vacinar após esclarecimentos com os seus médicos e com base nas suas decisões individuais", afirmou Spahn.
Esta medida permite acelerar a campanha de vacinação no país, admitiu o governante.
Decisão semelhante já tinha sido tomada em relação à vacina da AstraZeneca, que estava limitada apenas a pessoas mais velhas, isto depois da preocupação suscitada com vários casos de coágulos de sanguíneos entre os adultos mais jovens. Mas a Alemanha decidiu abrir o acesso ao fármaco a todos os adultos que a queiram tomar, isto depois de consultarem o médico.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) afirmou que os coágulos sanguíneos devem ser referenciados como um efeito secundário raro em ambas as vacinas, a da Johnson & Johnson e a da AstraZeneca, sendo que os benefícios continuam a superar os riscos.
As duas vacinas usam a mesma tecnologia de vetor de adenovírus, ao contrário das fórmulas desenvolvidas pela BioNTech -Pfizer ou da Moderna, que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro.