Bayrou disse estar orgulhoso da sua equipa governamental.
Bayrou disse estar orgulhoso da sua equipa governamental.EPA/JULIEN DE ROSA / POOL

Acusado de concessões à extrema-direita, Bayrou baralha e volta a dar

Mais de metade do governo cessante é reconduzido. Inclusão do ex-PM Manuel Valls surpreende, mas partidos na oposição e um ministro que acabou por não o ser criticam escolhas.
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Dezoito dias depois da queda do governo de Michel Barnier, e dez após a nomeação de François Bayrou como sucessor, este viu o novo Executivo ser aprovado pelo presidente Macron, mas reprovado à esquerda e à extrema-direita. Entre os 35 membros, destaque para o regresso de Manuel Valls e de Élisabeth Borne. 

François Bayrou disse estar “orgulhoso” da sua equipa, constituída por 14 ministros e 21 secretários de Estado, “experiente para reconciliar e renovar a confiança com todos os franceses”. A experiência tanto pode ser pelo facto de mais de metade - 19 - dos membros do governo cessante terem sido reconduzidos, ou por ter a inclusão de dois antigos primeiros-ministros, Élisabeth Borne e Manuel Valls, tendo este declarado, em 2017, o Partido Socialista morto. Ambos serão ministros de Estado, ficando Borne com a pasta da Educação e Valls com a do Ultramar.

O terceiro ministro de Estado é Gérald Darmanin, antigo ministro do Interior e que fica com a Justiça. Esta pasta estaria destinada a Xavier Bertrand, presidente da região Hauts-de-France, mas este, pouco antes do anúncio da composição, recusou fazer parte de um governo “formado com o aval de Marine Le Pen”. Bertrand citou o antigo presidente Jacques Chirac, o qual afirmou que “é um erro fazer concessões à extrema-direita” e que aceitar ser ministro nestas condições seria uma “negação” dos seus valores.

O líder da Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, não poupou a lista de governantes: “Uma coligação de fracassados”. No extremo oposto, a França Insubmissa, que já rejeitara Bayrou, fez saber, pela chefe da bancada parlamentar, Mathilde Panot, que é um governo “cheio de pessoas que foram rejeitadas pelas urnas e que contribuíram para afundar o país... com o apoio de Marine Le Pen e da RN”. Para o secretário-geral do PS, Olivier Faure, a equipa é de extrema-direita e uma “provocação”. Também a ecologista Marine Tondelier disse que Bayrou está a pôr-se nas “mãos da extrema-direita”.

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