Manifestação no dia 8 de agosto de apoio aos refugiados junto a um hotel em Londres que alberga imigrantes e requerentes de asilo. Hotéis têm sido alvo de protestos contra a imigração ilegal.
Manifestação no dia 8 de agosto de apoio aos refugiados junto a um hotel em Londres que alberga imigrantes e requerentes de asilo. Hotéis têm sido alvo de protestos contra a imigração ilegal.EPA/NEIL HALL

50 mil ilegais cruzaram canal da Mancha nos 402 dias de Starmer no poder no Reino Unido

Marca só foi atingida por Rishi Sunak ao final de 603 dias. Conservadores acusam trabalhistas de presidir à "pior crise migratória na história do país".
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O Governo britânico confirmou esta terça-feira (12 de agosto) que mais de 50 mil migrantes já cruzaram ilegalmente o canal da Mancha em pequenos barcos desde que Keir Starmer foi eleito primeiro-ministro, a 4 de julho de 2023, com a promessa de lutar contra os gangues responsáveis pelo tráfico de pessoas e resolver o problema.

Os dados indicam que 50.271 já fizeram a viagem. Só na segunda-feira, chegaram mais 474 migrantes ou requerentes de asilo em oito barcos, o número mais elevado num só dia no mês de agosto.

Foram precisos apenas 402 dias de Governo de Starmer para atingir esse número (a uma média de 125 pessoas por dia), menos 201 dias do que durante o Executivo do conservador Rishi Sunak.

Os Tories acusam o Labour de presidir à “pior crise migratória da história do país”, enquanto os ministros trabalhistas alegam que a culpa não é do atual Governo, mas dos anteriores que não foram capazes de pôr um travão ao problema. No passado alegaram também que o bom tempo tem feito subir o número de barcos no canal.

Uma das principais medidas de Starmer em relação aos migrantes prende-se com o acordo com França, que prevê a saída de um migrante que chegue nos barcos em troca da entrada de um outro que tenha já tido luz verde para entrar no país. Mas ainda não é claro o impacto que esta medida terá, para além do investimento que tem sido feito e da aprovação de medidas contra o trabalho ilegal e a deportação de criminosos de origem estrangeira mais rapidamente.

Tudo insuficiente para a atual líder dos conservadores, Kemi Badenoch, que defende a construção de “campos” para acolher os migrantes, criticando a ideia de os albergar em hotéis. Milhares de pessoas têm protestado junto a estes estabelecimentos, depois de denúncias de pelo menos dois casos de violações de menores por parte de alegados migrantes. Também tem havido manifestações a favor dos refugiados.

Badenoch criticou ainda a decisão de Starmer de rasgar o plano conservador de enviar os migrantes e requerentes de asilo para o Ruanda, enquanto esperavam uma decisão das autoridades sobre o seu processo, alegando que falta uma política de dissuasão que os afaste das costas britânicas. E acusa o Governo de não ter um plano, já que a ideia de “esmagar os gangues era só um slogan”.

Entretanto, a extrema-direita do Reform UK aproveita para atacar trabalhistas e conservadores, na expectativa de sair beneficiada. “Como previ há 5 anos, a menos que deportemos os imigrantes ilegais, a invasão será enorme. 50 mil desde que o nosso fraco primeiro-ministro assumiu o cargo e não há sinais de que isso vá parar”, escreveu o líder do partido, Nigel Farage, no X.

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