17 mortos e mais de 80 feridos em protestos no Quénia
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17 mortos e mais de 80 feridos em protestos no Quénia

Os manifestantes assaltaram o Parlamento de Nairobi durante protestos contra um projeto-lei que prevê o agravamento dos impostos.
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Uma plataforma política do Quénia que integra cerca de vinte organizações disse esta quarta-feira à agência de notícias espanhola EFE que, pelo menos, 17 pessoas morreram e 86 ficaram feridas nos protestos reprimidos pela polícia que usou granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água.

Os manifestantes assaltaram o Parlamento de Nairobi durante protestos contra um projeto-lei que prevê o agravamento dos impostos.

As manifestações de terça-feira atingiram níveis sem precedentes, o que levou à mobilização das Forças Armadas.  

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou profunda tristeza pelas 17 mortes ocorridas durante protestos no Quénia que terminaram na invasão do Parlamento de Nairobi, na terça-feira.

"Os relatórios sobre as mortes e feridos, incluindo jornalistas e pessoal médico, entristecem-me profundamente", disse Guterres numa declaração divulgada através das redes sociais, referindo-se às recentes manifestações na capital do Quénia.

"Insto as autoridades do Quénia a atuarem com moderação e peço para que as manifestações decorram de forma pacífica", acrescentou o secretário-geral da ONU.

Na semana passada, os manifestantes, sobretudo jovens, tentaram entrar no edifício do Parlamento, mas o protesto foi neutralizado pela polícia que chegou a usar armas de fogo.  

Na invasão de terça-feira os manifestantes partiram janelas, destruíram móveis e derrubaram bandeiras, acusando os políticos de traição.

O projeto-lei das Finanças 2024 foi aprovado por 195 votos a favor e 106 votos contra.

Com esta medida, o Governo do Quénia pretende conseguir 2.700 milhões de dólares adicionais para a redução do défice orçamental e o endividamento do Estado.

Os manifestantes acusam o Executivo de aprovar medidas fiscais que arrastam a população para a pobreza.

Ao contrário das manifestações antigovernamentais frequentes no país, estes últimos protestos foram convocados por jovens que até ao momento mantinham um comportamento pacífico.

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