O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou este domingo que a paz só poderá ser restaurada na Ucrânia com a recuperação dos territórios ocupados pela Rússia, incluindo a Crimeia, que Moscovo anexou em 2014.."Há nove anos, a agressão russa começou com a Crimeia. Ao recuperarmos a Crimeia, restauraremos a paz", escreveu Zelensky na rede social Telegram..A mensagem de Zelensky refere-se ao Dia da Resistência à Ocupação Russa da Crimeia, que os ucranianos assinalam este domingo..Neste mesmo dia, em 2014, no seguimento de um apelo dos líderes dos tártaros da Crimeia, milhares de pessoas manifestaram-se para resistir à ocupação russa" da península no sul da Ucrânia, segundo a agência Urkinform.."No dia seguinte, formações militares regulares da Federação Russa entraram nos edifícios governamentais da República Autónoma da Crimeia", disse a Ukrinform..Posteriormente, as autoridades de ocupação organizaram um referendo, que decorreu sob ocupação militar, cujo resultado foi favorável à integração da Crimeia na Federação Russa..O tratado nesse sentido foi assinado em 18 de março de 2014, em Moscovo, pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e por líderes pró-russos da Crimeia..Na mesma altura, forcas separatistas de Donetsk e Lugansk, que formam a região do Donbass no leste da Ucrânia, iniciaram uma guerra contra Kiev com apoio de Moscovo, que provocou 14 mil mortos até ao final de 2021, segundo a ONU..A intervenção russa seguiu-se à revolução de fevereiro de 2014, a favor da integração europeia da Ucrânia, que depôs o presidente pró-russo Viktor Yanukovych..Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu novamente a Ucrânia para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, e, desde então, declarou a anexação de mais quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia..A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo da Crimeia, como pré-condição para eventuais conversações com a Rússia sobre o fim da guerra..Moscovo rejeita tais condições e afirma que Kiev tem de se adaptar à nova situação, significando com isso a perda dos cinco territórios.."Esta é a nossa terra. O nosso povo. A nossa história. Vamos devolver a bandeira ucraniana a todos os cantos da Ucrânia", proclamou este domingo Zelensky na mensagem alusiva ao dia da resistência da Crimeia..A efeméride também foi assinalada pela embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, numa mensagem vídeo na rede social Twitter, em que prometeu aos ucranianos o apoio de Washington na luta pela libertação da península.."Em 26 de fevereiro de 2014, milhares de tártaros da Crimeia e outros ucranianos reuniram-se para declarar: 'Somos ucranianos. A Crimeia é a Ucrânia'", disse a diplomata.."Enquanto continuarem a lutar pela vossa soberania e democracia, os Estados Unidos trabalharão convosco para criar um futuro que ofereça liberdade, dignidade e justiça para todos", acrescentou..A atual guerra russa contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.