O antigo ministro da Economia do governo de Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira, poderá vir a ser escolhido para o cargo de governador do Banco de Portugal, apurou o DN.O nome do atual economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tem estado em cima da mesa nas últimas semanas, de acordo com fontes próximas do processo. Porém, não foi possível confirmar esta informação junto de fontes oficiais e do próprio Álvaro Santos Pereira que, contactado pelo DN, recusou comentar. “Não comento rumores nem especulações”, disse o economista ao DN.Ao que o DN apurou, o anúncio da escolha chegou a estar previsto para ocorrer na semana passada, tal como o Jornal de Negócios noticiou, mas acabou por ser adiado devido a questões relacionadas com a vida profissional da personalidade que foi convidada para a função e que terá aceite o convite nos últimos dias. Nascido em 1973, Álvaro Santos Pereira foi professor de economia na Universidade Simon Fraser, no Canadá, tendo também uma carreira académica em outras instituições deste país e do Reino Unido. Entre junho de 2011 e 2013, foi ministro da Economia e do Emprego no governo liderado por Pedro Passos Coelho. Desde o início do ano passado, é economista-chefe da OCDE.A decisão sobre a escolha do novo governador do Banco de Portugal poderá ser conhecida esta quinta-feira. O atual titular do cargo, Mário Centeno, antigo ministro das Finanças do anterior governo socialista, terminou o mandato na semana passada e não será reconduzido pelo Executivo liderado por Luís Montenegro. O nome de Álvaro Santos Pereira tem sido referido na imprensa como possível sucessor de Centeno ao longo do último ano, juntamente com personalidades como o economista Ricardo Reis, o ex-ministro Vítor Gaspar e o atual vice-governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos. Ao que o DN apurou, Álvaro Santos Pereira terá fortes possibilidades de vir a ser a escolha de Luís Montenegro para o cargo, devido ao seu perfil de académico com percurso internacional e imagem de independência. De resto, pertence à área ideológica do atual Executivo, embora não seja militante do PSD ou do CDS.As fontes contactadas pelo DN destacam como pontos fortes de Álvaro Santos Pereira o facto de ter um percurso internacional marcado por passagens por universidades prestigiadas e pela OCDE, bem como o facto de ter tido experiência governativa numa altura particularmente difícil para o país. Como principal fragilidade, dizem as mesmas fontes, Álvaro Santos Pereira tem sobretudo o facto de não ter experiência profissional no sector financeiro, nem ter tido responsabilidades governativas na área.“Um governador não pode ser político”Álvaro Santos Pereira tem mantido o silêncio sobre este tema, mas há duas semanas, numa entrevista ao Expresso, não resistiu a deixar uma crítica velada a Mário Centeno, que no seio da AD tem sido acusado de falta de independência, devido às posições públicas que tem tomado e devido ao facto de ter passado diretamente das Finanças para o Banco de Portugal. Recusando responder se considera que o atual governador tem atuado com independência, respondeu que “o mais importante é que o banco central seja independente do poder político”. “O Banco Central não pode ser político, tem de ser independente e técnico”, disse ainda Álvaro Santos Pereira, numa entrevista onde disse estar “muito feliz” na OCDE..Finanças atiram nome do governador do Banco de Portugal para a semana que vem