Crescimento do setor de bens duradouros deve abrandar para 1,8% em 2025
Maria João Gala / Global Imagens

Crescimento do setor de bens duradouros deve abrandar para 1,8% em 2025

Segundo um relatório da seguradora de crédito Crédito y Caución, trata-se de uma desaceleração significativa após a recuperação de 5,8% registada em 2024.
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O setor de bens de consumo duradouros está a ver o crescimento travado por riscos geopolíticos e económicos, como a queda dos mercados acionistas e a volatilidade das matérias‑primas, segundo um relatório da seguradora de crédito Crédito y Caución.

A entidade prevê que as vendas globais cresçam apenas 1,8% em 2025 e 1,3% em 2026, uma desaceleração significativa após a recuperação de 5,8% registada em 2024. Na Europa, a estimativa aponta para um crescimento de 3,8% em 2025 e praticamente estagnação em 2026 (0,1%).

O relatório identifica a Áustria, a Suécia e a França como os mercados com maiores níveis de risco de crédito. Em França, o aumento do desemprego tem reduzido a confiança das famílias e travado o consumo, deixando stocks elevados face à procura fraca.

As tarifas comerciais e o ressurgimento do protecionismo são apontados como as principais ameaças ao setor. Perturbações nas cadeias de abastecimento e maior volatilidade nos preços das commodities, energia e transportes poderão pressionar os preços no retalho e condicionar as decisões de compra.

A Crédito y Caución alerta que o aumento dos custos operacionais poderá forçar retalhistas a rever políticas de fornecimento, procurar novos fornecedores ou transferir custos para os consumidores através de subidas de preço.

Operadores de menor dimensão em mercados desenvolvidos enfrentam maior risco de insolvência, enquanto os retalhistas online continuam a ganhar quota de mercado, pressionando as cadeias tradicionais.

Para manterem competitividade, os operadores tradicionais e os pequenos retalhistas terão de investir em serviços adicionais, expandir a presença digital e melhorar capacidades tecnológicas — medidas que exigem investimento elevado num contexto de margens apertadas, alerta o relatório.

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