Viagem ao futuro da Educação

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Costumamos pensar na Educação como algo que acontece nos primeiros anos de vida. Mas a verdade é que, no mundo em que vivemos, educar não é uma tarefa exclusivamente escolar - nem um processo com hora marcada para acabar.

A Educação é o que nos torna capazes de melhorar de vida, mudar de profissão, ampliar horizontes. É quem sustenta o chamado elevador social, que combate desigualdades e que dá a cada pessoa a possibilidade de construir um futuro com mais liberdade. E é por isso que não podemos continuar a tratá-la como um tema de ministério ou de infância. A Educação é um projeto de todos e para todos nós.

Como disse Nelson Mandela, “a Educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo.” Essa mudança exige hoje mais do que planos curriculares ou reformas setoriais. Exige ação articulada, corajosa e contínua - e uma verdadeira aliança entre a escola, as universidades, as empresas, os municípios, fundações, organizações e o setor público e privado.

No meu primeiro dia como presidente da Fundação Santander Portugal, mas tendo acompanhado o seu percurso e a sua estratégia desde o primeiro dia, sei bem que é com esse espírito que temos trabalhado desde 2022: atribuímos bolsas de estudo tanto a alunos como a futuros professores, promovemos projetos de inovação pedagógica, apoiamos a formação contínua gratuita para todas as idades e reforçamos a nossa aposta na aprendizagem digital. Porque acreditamos que aprender é um direito vitalício - e uma responsabilidade partilhada.

Não esquecemos os mais novos. Investir na educação básica é garantir que todas as crianças e jovens não só completam com sucesso os ciclos de ensino, como se sentem verdadeiramente preparados para continuar a aprender ao longo da vida. Queremos contribuir para a adoção de metodologias mais inclusivas, mais atentas aos ritmos individuais e mais abertas à experimentação - para que cada aluno se sinta capaz e seguro para avançar e prosperar neste mundo.

Precisamos de desenvolver as competências do futuro. A incerteza e a turbulência em que vivemos exige muito mais do que apenas conhecimento técnico: requer pensamento crítico, colaboração, criatividade e resiliência. Como afirmou Jay Samit, “lifelong learning is no longer a luxury but a necessity for employment”. Aprender não é um luxo, é uma necessidade que se aplica tanto a quem está a iniciar a formação como a quem precisa de reinventar a carreira.

Neste contexto, é urgente falarmos também de reskilling e upskilling - ou seja, da requalificação de adultos que, em todas as fases da vida, precisam de adquirir novas competências. O estudo Tomorrow’s Skills, promovido pelo Santander, mostra precisamente como as exigências do mundo atual tornam a aprendizagem contínua um pilar essencial da justiça social e da inclusão.

É também com base nessa visão que disponibilizamos a Santander Open Academy, uma plataforma aberta e gratuita, com milhares de cursos acessíveis a todos, em qualquer lugar. Uma ferramenta ao serviço da capacitação individual, da mobilidade e da reinvenção.

A valorização dos professores, enquanto pilares do sistema educativo, é igualmente incontornável. Investir na formação contínua, reconhecer o seu papel na construção de uma sociedade mais justa e proporcionar condições dignas e motivadoras deve ser um desígnio coletivo - e não apenas institucional.

Empresas que investem na formação dos seus colaboradores, universidades que se aproximam das escolas, autarquias que apoiam redes de aprendizagem local, centros de investigação que testam novas metodologias - todos contam. É nesta convergência que nasce a inovação verdadeira.

A Fundação Santander Portugal continuará a apostar numa visão ampla da Educação: uma que prepara, sim - mas que também emancipa, aproxima, responsabiliza. E que não exclui ninguém.

A Educação não pode ser vista como um luxo. Nem como uma etapa. É uma jornada de vida.

É essa a nossa ambição: educar para transformar. E transformar com todos.

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