Os membros da oposição interna do Bloco de Esquerda, a antiga Moção E, acusam a atual direção, liderada por Mariana Mortágua, de procurar condicionar a “divergência política”, que consideram ser “salutar”, com “uma vaga de ataques pessoais e afirmações falsas sobre posicionamentos políticos”. Estas críticas, expressas através de um comunicado a que o DN teve acesso, surgem após um email em que a direção nacional do partido vincou os argumentos já evocados por Mariana Mortágua, numa conferência de imprensa no dia 18 de fevereiro, para justificar a saída de 70 militantes da distrital de Portalegre. Na altura, a líder bloquista argumentou que a “divergência política teve como centro principal” o “facto de o Bloco de Esquerda ter defendido o apoio militar à Ucrânia para que eles se pudessem defender da invasão russa”. Essa alegada motivação foi vincada no email que a direção do BE enviou aos demissionários, onde também era dito que só tinha recebido “14 pedidos de desvinculação”, para além estar referido que "a sede nacional verificou que nenhum dos 70 aderentes mencionados na carta tinha pago quotas em 2024".No documento dos opositores internos de Mortágua surge a acusação de que a direção do partido está a “aproveitar esta crise para atirar a acusação sobre a Moção E de um apoio a Vladimir Putin na guerra da Ucrânia”, o que, defendem, “só pode ser sintoma de desorientação. Trata-se de um argumento falso”, afirmam.