Foi neste dia 28 de setembro de 1898 que pela última vez os forcados se apresentaram com o fato que viriam a manter até aos dias de hoje - permita-se a ligeira adaptação. Na corrida de comemoração do IV Centenário do Descobrimento da Índia, no reinado de D. Carlos I e com a presença do monarca e da corte num Campo Pequeno a abarrotar, surgiam trajados de "jaqueta, calção justo, de tecido verde bordado, meia brancas até aos joelhos e peitoral de camurça - que veio a ser substituído pela cinta vermelha que se enrola à cintura e parte inferior do peito, por cima da camisa e por baixo da jaqueta", conforme se explica na história da tauromaquia..A praça estava enfeitada a rigor para aquela data especial, que vinha sendo preparada há muito, conforme descrevia o DN. "Os trabalhos de ornamentação prosseguidos sob a direção do distinto armador, o sr. Lopes, da Rua Nova da Palma, o mesmo que realizou a primeira decoração do elegante circo, deslumbrante na corrida marcada por ocasião do quarto Centenário da Descoberta da Índia", escrevia o repórter, garantindo que o entusiasmo dos lisboetas fizera esgotar a praça dias antes de a corrida ter lugar..O Campo Pequeno já era então local de afición, tendo sido construído para resolver os problemas - sobretudo falta de condições e de capacidade - das praças que o antecederam no local, cujos primeiros registos datam de 1741, quando ali se construiu a primeira praça, de madeira, substituída pela do Campo de Santana em 1831, para acolher mais espectadores, e enfim transformada na antecessora do atual Campo Pequeno depois de aquela ter sido encerrada na sequência de uma vistoria que interditou o edifício por razões de segurança. A 19 de fevereiro de 1889, a Câmara Municipal de Lisboa aprovava então uma proposta para conceder à Casa Pia, instituição que ainda hoje detém a exclusividade da organização de corridas de toiros em Lisboa, um terreno para a construção de uma nova praça de toiros, no Campo Pequeno. Inaugurada a 18 de agosto de 1892, a praça mantém-se até hoje.