Rangel deverá ser anunciado cabeça-de-lista até meados de fevereiro

Depois de ter vencido a tormenta dos críticos internos, Rui Rio avança agora para o combate das europeias. E segue logo para o das legislativas com uma grande convenção no dia 16.

O líder do PSD tem mantido o tabu sobre quem irá liderar a lista do partido às eleições europeias, mas "não haverá surpresas por aí", diz ao DN uma fonte social-democrata. Ou seja, Paulo Rangel voltará a ser o escolhido para entrar em combate eleitoral contra Pedro Marques, que será o opositor do PS, embora também não tenha sido anunciado formalmente pelo secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa.

Embora seja o líder do PSD a conduzir todo o processo de escolha dos nomes para o Parlamento Europeu, nas eleições de 26 de maio, fontes do partido dizem que deverá antecipar-se ao anúncio do PS, que já está marcado para o próximo dia 16, durante a convenção europeia do partido.

O encontro socialista acontece precisamente no mesmo dia em que o PSD tem a primeira convenção do Conselho Estratégico Nacional (CEN). Ali arrancará a campanha para as legislativas, com a apresentação das primeiras propostas para o programa de governo.

Dos atuais seis eurodeputados portugueses - Paulo Rangel, Fernando Ruas, Sofia Ribeiro, Carlos Coelho, Cláudia Aguiar, e José Manuel Fernandes - fala-se da possibilidade de saída de Carlos Coelho e de Fernando Ruas, mas não há certezas sobre as opções de Rio. Quem está a coordenar todo o processo das europeias é o secretário-geral social-democrata, José Silvano.

O PSD concorre neste ano sozinho ao Parlamento Europeu, depois de em 2014 ter ido a eleições em coligação com o CDS. Da lista negociada na altura apenas conseguiu ser eleito pelos centristas o eurodeputado Nuno Melo, que nas eleições deste ano encabeça a lista do seu partido.

As primeiras sondagens não têm sido muito meigas para o PSD nas europeias, que aparece a uma distância considerável do PS.

Nas europeias de 2014, PSD e CDS coligados, numa lista também encabeçada por Rangel, conseguiram 27,7% dos votos, tendo os socialistas ganho com 31,46%, numa lista liderada por Francisco Assis. A vitória soube a "poucochinho"a António Costa e serviu-lhe de pretexto para desafiar e ganhar a liderança a António José Seguro. Nesta nova leva europeia, é Francisco Assis que sai das opções do líder socialista.

Ainda em 2014, a CDU conseguiu três mandatos, com 12,6% dos votos, o MPT teve 7%, em lista encabeçada por Marinho e Pinto, conseguindo dois mandatos, e o Bloco de Esquerda, com 4,5%, elegeu Marisa Matias, que volta a encabeçar a lista dos bloquistas.

A aposta nas europeias é tanto ou mais importante para o PSD porque serão elas o primeiro teste para as legislativas, mas também porque vão entrar em jogo dois novos partidos que podem disputar eleitorado aos social-democratas (e também ao CDS): o Aliança de Pedro Santana Lopes, e o Chega de André Ventura.

À espera da Weber

O grande evento que vai marcar a entrada do PSD em modo de campanha eleitoral é a convenção do Conselho Estratégico Nacional, anunciada no início de janeiro, poucos dias antes de Rui Rio ter sido desafiado por Luís Montenegro para eleições diretas.

Na convenção, que será organizada pelo presidente do CEN e vice-presidente do partido, David Justino, deverá ser esperada a presença de Manfred Weber, o candidato do Partido Popular Europeu à presidência da Comissão Europeia. David Justino disse ao DN que apenas aguardam a confirmação do convite.

Neste encontro vão participar as cerca de 1500 pessoas que se inscreveram no CEN.

Aquele que é visto como uma espécie de "governo-sombra" do PSD, e que tem estado a produzir os documentos sobre as várias áreas da governação, reunir-se-á assim num encontro nacional. O líder do PSD explicou que no dia 16 de fevereiro estarão a decorrer 17 reuniões plenárias ao mesmo tempo, 16 das quais correspondem às áreas setoriais do CEN, mais uma dedicada à reforma do sistema político e coordenada pelo antigo líder da JSD Pedro Rodrigues.

O encontro terá ainda um painel, denominado "Portugal do amanhã", em que participam os antigos ministros Miguel Cadilhe e Daniel Bessa, Helena Freitas e Margarida Corrêa de Aguiar. E será encerrado por David Justino, presidente do conselho, e pelo líder do PSD. "Uma das funções do CEN é a de ser um novo espaço de militância política do PSD", justificou Rio, na conferência de imprensa em que anunciou as novidades.

David Justino garantiu ao DN que não houve intenção de marcar a convenção para o mesmo dia da iniciativa dos socialistas. "Foi mera coincidência", disse. "A convenção foi marcada sem sabermos a data do PS e foi pensada para ser o primeiro momento de apresentação pública do que foi este movimento de construção do CEN e das propostas que tem produzido."

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