Los Angeles é a cidade dos candidatos: Clippers e Lakers lideram apostas. Em teoria, nesta época há mais candidatos à vitória na Liga Nacional de Basquetebol Profissional (NBA: National Basket Association), mas o espetáculo sofre de problemas de crescimento, em que o principal são as consequências da guerra comercial entre a administração Trump e a China, que, para já, não vai transmitir os jogos. São menos 800 milhões de espectadores e o negócio acendeu as luzes de alarme. Voltou a ganhar força um aumento de equipas, das atuais 30 para 34 em 2022..Nesta terça-feira, a fase regular arranca em casa do atual campeão, os canadianos dos Toronto Raptors, que recebem os New Orleans Pelicans (20.00 locais, 01.00 de quarta-feira em Lisboa). Logo depois (03.30 em Lisboa), um jogaço em Los Angeles: Clippers vs. Lakers..O primeiro dia arranca com grandes promessas. Os Pelicans conseguiram um conjunto de jovens de grande qualidade. À cabeça, a entrada do rookie Zion Williamson, o mais cobiçado e escolhido na posição 1. Williamson já era uma estrela no campeonato universitário ao serviço de Duke e fez uma das melhores pré-temporadas da NBA. O jovem de 19 anos é mesmo o jogador que está a gerar mais expectativas desde a chegada de LeBron James em 2003. Mas foi operado ao joelho direito e só pode voltar à competição dentro de seis a oito semanas. Numa tumultuosa pré-temporada, saiu o melhor jogador da história da franchise, Anthony Davis, trocado com os Lakers pelos jovens Lonzo Ball, Brandon Ingram e Josh Hart. Para os mais espirituosos, os Pelicans serão uma equipa a seguir porque recomeça uma nova era com muito talento e potencial ao dispor do treinador Aaron Nelson (veio dos Phoenix Suns) conseguido pelo novo diretor-geral Trajan Langdon. Além do forte investimento em infraestruturas, a equipa de Nova Orleães contratou ainda a eficácia de atirador de J.J. Redick e a confiança do veterano Derrick Favors, para apontar o caminho à juventude numa época que é sempre muito desgastante. Jrue Holiday ganhou o estatuto de líder..A referência aos Pelicans aparece como simbolismo de uma grande atração desportiva que a rotação de grandes figuras provocou no panorama geral. Sobretudo, colocando os especialistas a esfregar as mãos ao aumento de candidatos aos anéis de campeão. Outro dado aliciante é a subida de temperatura em Los Angeles, que estará arredada dos títulos há pelo menos dez anos (Lakers campeões em 2010). LeBron James, estrela dos Lakers, estará na fase descendente, provocada sobretudo pelas lesões, o que de resto afeta outro jogador influente, DeMarcus Cousins. Mas entrou Anthony Davis, como referido, e poder de fogo: Danny Green, Jared Dudley e Troy Daniels. Muitas estrelas, muito talento e grandes esperanças..Na mesma cidade, no entanto, estará um dos mais fortes concorrentes, os LA Clippers, que lideram as listas de apostas na corrida ao título (que nunca conseguiram, aliás). Apesar da saída de Tobias Harris (negócio com os Philadephia 76ers), que parecia uma grande machadada nas ambições da equipa dos Clippers, Lou Williams assumiu o protagonismo e as entradas de estrelas como Kawhi Leonard (MVP da final 2019 em que a sua antiga equipa, os Raptors, bateram os Warriors) e Paul George colocaram os californianos como equipa a abater..NBA Infogram.Depois, os Milwaukee Bucks, liderados pelo MVP da época regular Giannis Antetokounmpo, candidatos a chegar mais longe - e isso é conseguir os anéis. Com Russell Westbrook e James Harden, os Houston Rockets também entram no lote, e quem não quer sair são os campeões de três das últimas cinco edições, os Golden State Warriors de um excelso Stephen Curry..A edição 2019-2020 da NBA terá uma novidade: pela primeira vez há um jogador angolano numa das franquias. O poste Bruno Fernando foi escolhido no draft de 2019 da Liga norte-americana de basquetebol e vai tornar-se o primeiro angolano a jogar na competição - foi escolhido pelos Philadelhpia 76ers, mas cedido aos Atlanta Hawks..Natural de Luanda, onde nasceu há 21 anos, em 15 de agosto de 1998, Bruno Fernando, que fez a carreira universitária nos Estados Unidos em Maryland, foi o quarto jogador a ser eleito na segunda ronda do draft..Apesar de ter sido escolhido pelos Sixers, o poste de 2,08 metros vai atuar pelos Atlanta Hawks, que, como o conjunto de Filadélfia, pertence à Conferência Este, devido a uma das muitas trocas de jogadores na noite do draft..Na época 2018-2019, a segunda ao serviço da Universidade de Maryland, Bruno Fernando, que começou a jogar basquetebol nos angolanos do 1.º de Agosto e rumou aos Estados Unidos com 16 anos, conseguiu médias de 13,6 pontos, 10,6 ressaltos e 1,9 desarmes de lançamento..Sem a China, haverá mais equipas?.Como dizem os especialistas em basquetebol dos Estados Unidos, com o comissário da NBA Adam Silver e os 30 proprietários das equipas casados com o dinheiro, a rutura com a China pode pedir um plano B. Não sendo nada de novo, pode ter-se criado uma necessidade mais imediata de recuperar as perdas financeiras após o incidente com o país asiático onde 800 milhões de pessoas consomem a NBA..A China decretou um boicote televisivo devido a uma troca de galhardetes iniciada pelo diretor-geral dos Rockets, que criticou a posição do gigante no conflito com Hong Kong..A China é um mercado que ninguém quer perder, pela dimensão. Desde 2008, o crescimento da NBA naquele país tem sido de dois dígitos. Alternativas procuram-se, como a concretização de um plano de intenções longamente discutido. A expansão de franquias para aumentar o volume de negócios..Um analista da revista financeira Forbes defende que a expansão é uma questão meramente política, porque interessados e dinheiro há que chegue e sobre. Por exemplo, Joe Tsai pagou qualquer coisa como 2,103 mil milhões de euros a Mikhail Prokhorov pelos remanescentes 51% da propriedade dos Brooklyn Nets..Além disso, há um grande lote de jogadores que acrescentariam qualidade à NBA e que podiam cimentar a construção de quatro novos plantéis até 2022 (duas novas equipas em 2020-2021 e outras tantas na época seguinte). São os casos de jogadores que já estiveram na NBA e jogam em grandes equipas europeias porque conseguem melhores salários ou as dezenas de rookies produzidos pela China todos os anos..Finalmente, além dos milionários interessados e das condições existentes desportivamente, ainda há uma série de cidades a tentar entrar ou a regressar à NBA, casos de Seattle (a Key Arena foi construída em 2018), Las Vegas (T-Mobile Arena, construída em 2017)..Preparadas estão ainda cidades como Louisville (com o moderno KFC Center), Kansas City, que tem um mercado televisivo maior do que cidades onde se joga NBA (como Oklahoma e Nova Orleães, ou até Pittsburgh, que recentemente estreou o Sprint Center..Já para não falar na internacionalização da NBA, com a cidade do México e Londres entre as mais interessadas no projeto.