Nesta semana o Parlamento debateu as apreciações ao decreto-lei apresentado pelo governo, relativamente à contagem do tempo de carreira dos professores. Se não é novidade para este governo a contestação social, também não é o tema da contagem do tempo de carreira dos professores, que se tem vindo a tornar um dos mais flagrantes casos de incompetência política deste executivo, com o ministro Tiago Brandão Rodrigues à cabeça..Nos últimos dois anos, o governo tem protagonizado um lamentável espetáculo de faz de conta, criando uma incerteza inadmissível nos docentes, através das negociações inconsequentes e da ambiguidade das afirmações públicas sobre um assunto tão importante para o futuro da educação em Portugal..Não há dúvidas de que o congelamento da progressão das carreiras dos professores - que importa não esquecer, foi sempre iniciado por governos socialistas, quer em 2005 quer em 2011 - surgiu no contexto de grandes desafios orçamentais, que implicaram escolhas difíceis..Assim, ainda que seja essencial existir ponderação para impedir que o Partido Socialista coloque, novamente, os portugueses em situações dramáticas de falta de recursos financeiros, é necessário olhar para o futuro com ambição e desejo de justiça. E o governo tem sido, não só incapaz de o fazer, como tem agravado, progressivamente, a situação..A perceção generalizada é que os últimos dois anos de conversações não passaram de uma farsa negocial, provada, mais uma vez, pelas apreciações parlamentares em debate nesta semana, tornando claro que a proposta do PSD concretiza a única abordagem séria e responsável sobre este assunto..Não caindo em populismos, como os parceiros deste governo, que optaram por apresentar propostas que sabem, à partida, serem impossíveis de implementar, defendemos a contabilização integral do tempo de serviço que esteve congelado - nove anos, quatro meses e dois dias -, certos de que será necessário fazer escolhas para que este compromisso seja assegurado. Não temos medo de estabelecer prioridades, apesar de sabermos que muitas vezes estas são exigentes, porque sabemos que é por todos os portugueses e pelo futuro do país que o fazemos..Se o Partido Socialista e os seus parceiros não estão preparados para a exigência de governar o país, querendo permanecer fiéis à estratégia de fintar os problemas e adiar a apresentação de soluções, que, pelo menos, tenha a capacidade de acolher os contributos do PSD que procura desta forma ajudar a resolver um problema criado pela impreparação e inabilidade do ministro da Educação..Presidente da JSD