Nos últimos meses, a ADSE tem sido tema constante na ordem do dia devido a diversas questões controversas que se juntam à forma desastrosa como o governo tem tratado o setor da saúde. Nesta semana ocorreu mais uma controvérsia: a comunicação por parte de alguns hospitais privados de que, a partir de abril, suspenderão os acordos estabelecidos com a ADSE..Atualmente, este sistema de saúde conta com 1,2 milhões de beneficiários, existindo há mais de meio século, resistindo desde 1963 devido à importância que sempre lhe foi reconhecido, sendo pago maioritariamente com os descontos mensais - 3,5% do rendimento do salário ou pensão - dos beneficiários titulares..rutura que tem vindo a intensificar-se, recentemente, entre os privados e a ADSE prejudica todos os beneficiários deste sistema, que descontando mensalmente, num valor total de mais de 600 milhões ao ano, tem a expectativa, que merece ser tutelada, de poder escolher onde desejam ser medicamente assistidos..Contudo, não são apenas os beneficiários, mas todos os portugueses, os prejudicados desta falta de capacidade de diálogo entre privados e o governo. Dificuldade que o governo já deveria ter encontrado maneira de superar, ao invés de desvalorizar a situação e de se escudar na lei e em frases soltas demonstrativas de um grande preconceito ideológico com o setor privado. Caso não seja encontrada forma de conciliar as exigências, tanto dos hospitais como da ADSE, uma grande parte destes beneficiários passarão a aceder, em exclusivo, ao Serviço Nacional de Saúde, que, como todos os portugueses sabem e experienciam, está altamente sobrecarregado e sem meios para dar resposta às necessidades atuais, em resultado de cortes, cativações e desinvestimento público. As consultas serão o primeiro sinal do impacto, onde atualmente já existem longos meses/anos de espera em diversos hospitais. Com a transferência de mais de um milhão de pessoas da ADSE para o SNS, a situação ficaria insustentável. Esta situação agrava-se pela forma arrogante como o governo e, em especial, o primeiro-ministro têm destratado os enfermeiros..Por isso, é cada vez mais difícil perceber a estratégia do governo para a Saúde em Portugal. Já não basta o caos em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde, não só pela falta de meios e investimento mas também pela saturação e pelo descontentamento dos profissionais de saúde, como agora assistimos a um desprezo total pelas entidades privadas que atualmente prestam cuidados de saúde a mais de um milhão de funcionários públicos, com esta total alienação do Estado à responsabilidade de defesa dos seus cidadãos..Presidente da JSD
Nos últimos meses, a ADSE tem sido tema constante na ordem do dia devido a diversas questões controversas que se juntam à forma desastrosa como o governo tem tratado o setor da saúde. Nesta semana ocorreu mais uma controvérsia: a comunicação por parte de alguns hospitais privados de que, a partir de abril, suspenderão os acordos estabelecidos com a ADSE..Atualmente, este sistema de saúde conta com 1,2 milhões de beneficiários, existindo há mais de meio século, resistindo desde 1963 devido à importância que sempre lhe foi reconhecido, sendo pago maioritariamente com os descontos mensais - 3,5% do rendimento do salário ou pensão - dos beneficiários titulares..rutura que tem vindo a intensificar-se, recentemente, entre os privados e a ADSE prejudica todos os beneficiários deste sistema, que descontando mensalmente, num valor total de mais de 600 milhões ao ano, tem a expectativa, que merece ser tutelada, de poder escolher onde desejam ser medicamente assistidos..Contudo, não são apenas os beneficiários, mas todos os portugueses, os prejudicados desta falta de capacidade de diálogo entre privados e o governo. Dificuldade que o governo já deveria ter encontrado maneira de superar, ao invés de desvalorizar a situação e de se escudar na lei e em frases soltas demonstrativas de um grande preconceito ideológico com o setor privado. Caso não seja encontrada forma de conciliar as exigências, tanto dos hospitais como da ADSE, uma grande parte destes beneficiários passarão a aceder, em exclusivo, ao Serviço Nacional de Saúde, que, como todos os portugueses sabem e experienciam, está altamente sobrecarregado e sem meios para dar resposta às necessidades atuais, em resultado de cortes, cativações e desinvestimento público. As consultas serão o primeiro sinal do impacto, onde atualmente já existem longos meses/anos de espera em diversos hospitais. Com a transferência de mais de um milhão de pessoas da ADSE para o SNS, a situação ficaria insustentável. Esta situação agrava-se pela forma arrogante como o governo e, em especial, o primeiro-ministro têm destratado os enfermeiros..Por isso, é cada vez mais difícil perceber a estratégia do governo para a Saúde em Portugal. Já não basta o caos em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde, não só pela falta de meios e investimento mas também pela saturação e pelo descontentamento dos profissionais de saúde, como agora assistimos a um desprezo total pelas entidades privadas que atualmente prestam cuidados de saúde a mais de um milhão de funcionários públicos, com esta total alienação do Estado à responsabilidade de defesa dos seus cidadãos..Presidente da JSD