Assalto ao casino
"Dois indivíduos armados e embuçados assaltaram na madrugada de ontem, pouco depois das cinco horas, o Casino Estoril, tendo dominado o tesoureiro e tentado fugir com mais de 6 mil contos" (o equivalente a uns atuais 500 mil euros), contava então o DN, explicando que o roubo acabara por ser impedido apenas pelo facto de os assaltantes terem feito demasiado barulho, chamando a atenção dos polícias que andavam pelas redondezas.
O relato do jornal sobre o crime pouco habitual era entusiasmado e pormenorizado. "Um dos assaltantes foi preso e o dinheiro recuperado, enquanto o outro se punha em fuga num táxi que passava na Marginal e cujo condutor foi dominado pela arma, uma pistola-metralhadora Uzi de 9 mm." Depois de disparar sobre um dos polícias, o ladrão teria forçado o taxista e o cliente que levava a sair do carro e escapara-se. O carro viria a ser encontrado abandonado em Odivelas.
Quanto ao seu parceiro, foi apanhado escondido nos arbustos do jardim, tendo então tentado convencer os polícias de "ter adormecido ali por haver perdido o comboio". Desconfiados, os agentes decidiram investigar a cena e encontraram assim "um saco preto repleto de maços de notas, além de uma pasta igualmente cheia de dinheiro e ainda um revólver calibre 32, um fato-macaco, um capuz de seda preta com aberturas para os olhos, dois pares de luvas pretas e dois sacos de plástico".
Confirmado pelo tesoureiro - depois de desamarrado e desamordaçado - que haviam sido dois os seus atacantes, a esquadra do Estoril devolveu o dinheiro ao casino. O crime continuou a ser investigado, tendo sido entretanto descoberto que os criminosos eram jogadores habituais que haviam sido proibidos de entrar no casino durante alguns meses.