Foi a 6 e 7 de abril. Nesse fim de semana, o Palácio Maçónico do Grande Oriente Lusitano (GOL), no Bairro Alto, em Lisboa, abriu-se a quem o quis visitar, organizando uma feira do livro, debates abertos e visitas guiadas. Foi também por esses dias que o site de GOL teve de ser mandado abaixo a partir do seu servidor, ficando inacessível..É certo que já há muito tempo - pelo menos desde novembro de 2017 - que o site (http://www.gremiolusitano.pt/) vinha a ser atacado. As fontes do DN no GOL referem esta data porque foi nessa altura que se realizou em Lisboa uma cimeira internacional de maçons. A reunião decorreu na sede do GOL e teve direito a manifestações à porta de militantes de extrema-direita. E a partir dessa altura o site começou a ser atacado..Esses ataques foram sempre detetados a tempo na empresa alojadora do servidor e não tiveram consequências práticas. Exceto a tal que se referiu em abril, altura em que o ataque foi mais forte, levando à necessidade de se mandar o site abaixo. Quem o estaria a atacar pretenderia modificar os seus conteúdos. Para a direção do GOL - a maior, mais antiga e influente obediência maçónica em Portugal - não há dúvidas. Os ataques informáticos de que a instituição tem sido alvo têm origem em militantes da extrema-direita nacional. Dito por outras palavras: estes ataques não terão tido origem em divisões internas na obediência..Essas divisões, contudo, existem. E ficam cada vez mais expostas à medida que se aproximam as eleições para a liderança da organização. Falta mais de um ano - serão só a 30 de junho de 2020 - mas já se sentem as movimentações internas. Está em causa a sucessão - ou a continuidade - do atual grão-mestre, Fernando Lima (não confundir com o ex-assessor de Cavaco Silva), que já vai no terceiro mandato e pode ensaiar um quarto, dada a inexistência de regras de limitação de mandatos..Manuela Eanes ausente.No sábado passado, a direção do GOL promoveu no restaurante da antiga FIL da Junqueira (Lisboa) um almoço de angariação de fundos para o Instituto de Apoio à Criança, a organização liderada há muitos anos por Manuela Eanes, mulher do ex-Presidente da República Ramalho Eanes. A iniciativa mereceu contestação interna - e a própria Manuela Eanes entendeu não ir, enviando um membro da direção..Quem contesta a liderança de Fernando Lima achou que este jantar de apoio ao IAC é algo curto, tendo em conta os "problemas sociais que se vão avolumando em Portugal". Foi o que considerou, por exemplo, o chefe ("venerável") da Loja Abade Correia da Serra, Luís Fagundes Duarte, professor universitário e antigo deputado do PS, numa carta enviada ao grão-mestre (que o DN revelaria em 6 de abril)..A carta mereceu logo forte contestação do grão-mestre: "Não é um comportamento maçónico, não merece resposta, o que se diz nessa carta não faz sentido nenhum", disse então Fernando Lima ao DN, salientando também que, no GOL, "não se faz nada pelas costas" - ou seja, as querelas são discutidas internamente e ficam nesse plano..Lutas internas já na net.Contudo, a verdade é que Luís Fagundes Duarte (pseudónimo maçónico: "Almeida Garrett") não está a falar sozinho. E o debate já se faz nas redes sociais, às escâncaras..Um dos putativos candidatos à liderança é Luís Natal Marques, presidente da EMEL (Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa). Nas eleições internas de 2017, Natal Marques apoiou um dos candidatos derrotados, Madeira de Castro. Este parece agora não estar interessado em avançar e em seu lugar poderá então candidatar-se o presidente da EMEL. Numa nota no Facebook, Natal Marques escreveu, a propósito do almoço de apoio ao IAC, que no seu entender existem "instituições que melhor se identificam com a obra maçónica" e às quais a maçonaria deveria "prestar tributo de solidariedade". "Estou certo de que as instituições de raiz maçónica nunca aceitarão de forma envergonhada o apoio e a solidariedade que lhes viermos a prestar. Já quanto a outras tenho dúvidas", disse ainda, para assim justificar ter recusado o convite para participar na dita iniciativa..O panorama da próxima disputa eleitoral está longe de estar esclarecido - mas fala-se também na possibilidade de o ex-provedor de Justiça Faria da Costa, professor em Coimbra, ser candidato.
Foi a 6 e 7 de abril. Nesse fim de semana, o Palácio Maçónico do Grande Oriente Lusitano (GOL), no Bairro Alto, em Lisboa, abriu-se a quem o quis visitar, organizando uma feira do livro, debates abertos e visitas guiadas. Foi também por esses dias que o site de GOL teve de ser mandado abaixo a partir do seu servidor, ficando inacessível..É certo que já há muito tempo - pelo menos desde novembro de 2017 - que o site (http://www.gremiolusitano.pt/) vinha a ser atacado. As fontes do DN no GOL referem esta data porque foi nessa altura que se realizou em Lisboa uma cimeira internacional de maçons. A reunião decorreu na sede do GOL e teve direito a manifestações à porta de militantes de extrema-direita. E a partir dessa altura o site começou a ser atacado..Esses ataques foram sempre detetados a tempo na empresa alojadora do servidor e não tiveram consequências práticas. Exceto a tal que se referiu em abril, altura em que o ataque foi mais forte, levando à necessidade de se mandar o site abaixo. Quem o estaria a atacar pretenderia modificar os seus conteúdos. Para a direção do GOL - a maior, mais antiga e influente obediência maçónica em Portugal - não há dúvidas. Os ataques informáticos de que a instituição tem sido alvo têm origem em militantes da extrema-direita nacional. Dito por outras palavras: estes ataques não terão tido origem em divisões internas na obediência..Essas divisões, contudo, existem. E ficam cada vez mais expostas à medida que se aproximam as eleições para a liderança da organização. Falta mais de um ano - serão só a 30 de junho de 2020 - mas já se sentem as movimentações internas. Está em causa a sucessão - ou a continuidade - do atual grão-mestre, Fernando Lima (não confundir com o ex-assessor de Cavaco Silva), que já vai no terceiro mandato e pode ensaiar um quarto, dada a inexistência de regras de limitação de mandatos..Manuela Eanes ausente.No sábado passado, a direção do GOL promoveu no restaurante da antiga FIL da Junqueira (Lisboa) um almoço de angariação de fundos para o Instituto de Apoio à Criança, a organização liderada há muitos anos por Manuela Eanes, mulher do ex-Presidente da República Ramalho Eanes. A iniciativa mereceu contestação interna - e a própria Manuela Eanes entendeu não ir, enviando um membro da direção..Quem contesta a liderança de Fernando Lima achou que este jantar de apoio ao IAC é algo curto, tendo em conta os "problemas sociais que se vão avolumando em Portugal". Foi o que considerou, por exemplo, o chefe ("venerável") da Loja Abade Correia da Serra, Luís Fagundes Duarte, professor universitário e antigo deputado do PS, numa carta enviada ao grão-mestre (que o DN revelaria em 6 de abril)..A carta mereceu logo forte contestação do grão-mestre: "Não é um comportamento maçónico, não merece resposta, o que se diz nessa carta não faz sentido nenhum", disse então Fernando Lima ao DN, salientando também que, no GOL, "não se faz nada pelas costas" - ou seja, as querelas são discutidas internamente e ficam nesse plano..Lutas internas já na net.Contudo, a verdade é que Luís Fagundes Duarte (pseudónimo maçónico: "Almeida Garrett") não está a falar sozinho. E o debate já se faz nas redes sociais, às escâncaras..Um dos putativos candidatos à liderança é Luís Natal Marques, presidente da EMEL (Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa). Nas eleições internas de 2017, Natal Marques apoiou um dos candidatos derrotados, Madeira de Castro. Este parece agora não estar interessado em avançar e em seu lugar poderá então candidatar-se o presidente da EMEL. Numa nota no Facebook, Natal Marques escreveu, a propósito do almoço de apoio ao IAC, que no seu entender existem "instituições que melhor se identificam com a obra maçónica" e às quais a maçonaria deveria "prestar tributo de solidariedade". "Estou certo de que as instituições de raiz maçónica nunca aceitarão de forma envergonhada o apoio e a solidariedade que lhes viermos a prestar. Já quanto a outras tenho dúvidas", disse ainda, para assim justificar ter recusado o convite para participar na dita iniciativa..O panorama da próxima disputa eleitoral está longe de estar esclarecido - mas fala-se também na possibilidade de o ex-provedor de Justiça Faria da Costa, professor em Coimbra, ser candidato.