"Callas ia perdendo a fala e chorou comovida ao ombro do armador Onassis." Assim titulava o DN, neste dia 10 de dezembro de 1960, o regresso da soprano ao maior palco de Milão, numa noite de fortes emoções.."Depois de uma ausência de dois anos, caracterizada por uma tempestade de protestos, voltou ao Scala para ganhar a última batalha", escrevia então o DN, relatando que o mundo inteiro tinha os olhos postos nela e que Callas não desiludiu. "A tigresse provou que possui ainda toda a gama de modulações das cordas vocais", "convocou as atenções do mundo e conseguiu que este regresso tivesse foros de acontecimento histórico nos meios líricos", tendo recebido em forma de agradecimento "quinhentos bouquets e corbeilles enviados do mundo inteiro"..Exausta e com a voz a traí-la, Maria Callas viria a fazer muito poucas exibições depois dessa noite. Numa das derradeiras aparições em Paris, em maio de 1965, chegou a desmaiar antes do final da atuação. Viria a interpretar a sua última ópera, Tosca, completa a 5 de julho, em Londres, mas só deixaria de cantar uma década depois, no Japão. A diva viria a morrer a 16 de setembro de 1977, aos 53 anos, de ataque cardíaco, na sua casa em Paris.