08 JUL 2019
08 julho 2019 às 06h14

Festa no Maracanã. Brasil campeão das Américas após 12 anos de jejum

A seleção brasileira venceu o Peru por 3-1, e conquistou a nona Copa América da sua história.

Carlos Nogueira

O Brasil conquistou este domingo o seu nono título de campeão da Copa América, quebrando assim um jejum de 12 anos em que esteve longe de ser o rei das Américas.

A seleção canarinha venceu o Peru, por 3-1, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, com o resultado a ser construído na primeira parte, após a qual os brasileiros tiveram de sofrer muito para manter a vantagem, sobretudo após a expulsão de Gabriel Jesus aos 70 minutos até que Richarlison fez o terceiro golo, de penálti, já muito perto do apito final do árbitro.

A equipa orientada por Tite começou muito bem a partida, criando várias situações de perigo junto da baliza do guarda-redes Pedro Gallese. Até que Gabriel Jesus, após uma excelente jogada individual, cruzou a bola para a área onde apareceu a marcar Everton, jogador do Grémio também conhecido por Cebolinha, que fazia o seu terceiro golo na Copa América.

Contudo, quando o Brasil parecia ter o jogo sob controlo, eis que Thiago Silva toca a bola com o braço dentro da área. Era a grande oportunidade dos peruanos silenciarem o Maracanã. O veterano Paolo Guerrero (35 anos), que tão bem conhece as balizas daquele estádio devido aos quatro anos que representou o Flamengo, assinalava da melhor forma a sua 100.ª internacionalização ao bater Allison Becker. Estava feito o empate, com o avançado do Internacional de Porto Alegre a fazer o seu 40.º golo pela seleção peruana e também o seu terceiro na Copa América.

Refira-se que este golo impediu o Brasil de igualar o feito histórico da Colômbia em 2001, quando venceu a Copa América sem sofrer golos.

Só que a festa dos peruanos durou apenas um minuto, pois Gabriel Jesus, a passe de Arthur, bateu Gallese pela segunda vez e fez o povo brasileiro suspirar de alívio, afinal os canarinhos iam mesmo para o intervalo em vantagem.

Na segunda parte, o Peru surgiu muito mais atrevido no ataque, com o benfiquista André Carrillo e Guerrero em destaque, colocando em perigo a baliza de Allison Becker. Os problemas para o Brasil aumentaram quando o árbitro mostrou o segundo cartão amarelo a Gabriel Jesus, que estava a ser um dos melhores em campo.

Com muitas dificuldades em segurar as movimentações dos peruanos, que causava muita apreensão nas bancadas do Maracanã, o selecionador Tite mudou o sistema tático fazendo entrar o ex-portista Éder Militão para jogar com três centrais. E a verdade é que aos poucos o Brasil reassumiu o comando da partida e já muito perto do final surgiu o golo da tranquilidade, quando Richarlison marcou o penálti que castigou um derrube de Zambrano a Everton, que acabou por ser eleito o melhor jogador da final.

Daniel Alves eleito o melhor jogador

Com Neymar a ver na tribuna presidencial ao lado de Jair Bolsonaro, o Brasil conquistou a Copa América, 12 anos depois. Ainda assim, está muito longe do Uruguai e da Argentina, que são as seleções com mais títulos da América do Sul, com 15 e 14 respetivamente.

A 46.ª edição da Copa América teve como melhor marcador Everton (Brasil) com três golos, tantos quantos Paolo Guerrero, que no entanto teve mais tempo de jogo, que era o critério de desempate.

A organização premiou ainda o capitão brasileiro Daniel Alves como o melhor jogador do torneio, além dessa distinção individual foi ainda receber o prémio fair-play atribuído à seleção brasileira e, claro, foi levantar a tão desejada taça de campeão da América do Sul.

Uma noite para mais tarde recordar do veterano Daniel Alves, de 36 anos, que ainda aplaudiu Allison Becker, que foi receber o prémio de melhor guarda-redes do torneio.